A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Crimes Cibernéticos, da Assembleia Legislativa (Ales) ouviu, nesta terça-feira, 20, as demandas dos motoristas de aplicativo que atuam no Espírito Santo. O presidente da associação da categoria (Amapes), Luiz Fernando Muller, relatou a quantidade de assaltos que os motoristas vêm sofrendo, principalmente na Grande Vitória.
Em pesquisa realizada pela associação, identificou-se que 19% dos motoristas já foram assaltados e 64% dos crimes foram cometidos pelos próprios passageiros. Do universo de motoristas que foram vítimas, 78% foram assaltados uma vez, 18% duas vezes e 4% três ou mais vezes.
Na ocorrência dos roubos, em 72% dos casos os motoristas foram chamados por meio de aplicativos. Segundo Muller, as ocorrências seguem, na maioria das vezes, o mesmo modelo. É criado um perfil falso normalmente com nome de mulher e, quando o motorista busca a suposta passageira, é abordado por um assaltante. “Se é um perfil falso, o que as plataformas estão fazendo para nos ajudar?”, questionou.
Ainda de acordo com o representante da categoria, oficialmente são registrados de sete a oito assaltos por semana. Mas, nos grupos de mensagens entre os motoristas, todos os dias são relatadas de cinco a sete queixas. Segundo Muller, existem aproximadamente 12 mil motoristas cadastrados em aplicativos de transporte de passageiros no Estado.
O presidente da CPI, deputado Vandinho Leite (PSDB), decidiu realizar uma audiência pública em conjunto com a Frente Parlamentar em Defesa dos Motoristas de Aplicativos e da Comissão de Segurança para aprofundar o tema. Serão convidados os representantes do Ministério Público Estadual, da Secretaria de Estado de Segurança Pública e das empresas que prestam esse tipo de serviço de transporte no Estado, como Uber e 99.
A audiência pública foi agendada para o dia 19 de setembro, às 10h, no Plenário Dirceu Cardoso. “As empresas têm um faturamento em cima do serviço que é prestado pelos motoristas e elas não estão fazendo a parte delas”, comentou o presidente da CPI. (Webales)