Nem bem o dia amanhece, o locutor Osmir Gomes começa a circular pela cidade com um caminhão de médio porte onde, além de dirigir, faz a propaganda dos seus clientes no carro de som, ou anuncia alguma morte na cidade. Além de Osmir, pelo menos mais cinco veículos, entre automóveis e motocicletas circulam pelo centro e bairros o dia inteiro exaltando os produtos deste ou daquele estabelecimento comercial.
Outro locutor, que trabalha para um grupo de farmácias da cidade, desfila pelas ruas em um animal de montaria, seguido por motos e veículos ligados ao grupo empresarial em horários de grande movimento. “É um absurdo isso”, afirma um morador das proximidades da rodoviária, que reclama do barulho e também do congestionamento provocado pelo cortejo.
O produtor de áudio e vídeo Clodoaldo Lemes, expôs esta semana, sua indignação na página do grupo Facebronka, no facebook. “Pessoas andam moribundas, nervosas e tensas por conta de pessoas que abusam da liberdade. São carros e motos com som, ao qual o próprio condutor fala ao microfone, enquanto conduzem pelas ruas colocando em risco a sociedade. Shows pirotécnicos, onde locutores são as próprias espoletas provocando barulho intenso. Sou produtor de áudio e vídeo, e digo com propriedade, está anormal esta situação. Não há respeito, limites e muito menos a presença do estado fiscalizando. Meu Estúdio tem Alvará, será que os que usam destas atividades em frente lojas e nos carros tem? Caso tenha, podem abusar do barulho?”, indaga.
Finalizando, Lemes disse: “Fica meu protesto, e minhas condolências pela morte do sossego, do respeito e da pacificação social”.
O Código de Posturas do Município prevê o uso de equipamentos de som em todas as áreas – residencial, comercial, industrial – com limites de decibéis durante o dia e à noite. Cabe à prefeitura fiscalizar.
Folhetos – Além dos carros de som, vários acompanhados por locutores profissionais, a cidade está tomada por folhetos de propaganda de lojas de eletrodomésticos, supermercados e outros comércios. “Não aguento mais retirar tanta sujeira do beco lá de casa”, reclama um morador do centro que diz receber pelo menos dez folhetos diariamente. (Weber Andrade)