O Dia da Agricultura Familiar é celebrado em todo o mundo desde 2014, no dia 25 de julho. A data foi criada pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) para mostrar os desafios enfrentados pelos pequenos agricultores para produzir os alimentos.
De acordo com os resultados do Censo Agropecuário do IBGE, divulgados em meados do ano passado, em Barra de São Francisco, houve grande avanço no número de propriedades rurais aumentando ainda mais o número de agricultores e agricultoras familiares.
No último censo realizado, em 2006, o município tinha 2.250 estabelecimentos agropecuários. No ano passado este número cresceu para 2.749, ou seja, quase 500 propriedades rurais a mais do que há 12 anos. A grande maioria destes estabelecimentos não ultrapassam 20 alqueires, o que demonstra a pulverização da propriedade de terras no município e a importância da agricultura familiar para o seu desenvolvimento socioeconômico.
O prefeito Alencar Marim, por exemplo, vem da agricultura familiar e, como professor e diretor da Escola Família Agrícola Normília Cunha dos Santos, disse ter atuado no fomento à atividade e a permanência dos jovens no meio rural. Ele salienta a importância da agricultura familiar e ressalta a importância das escolas família agrícola na missão de manter os jovens no campo.
“A agricultura familiar é essencial para a permanência do homem no campo e para as boas práticas agropecuárias, por isso estamos sempre buscando meios de incentivar o setor”, afirma.
Na feira livre de Barra de São Francisco, que abriga cerca de 200 barracas mais de 80% delas pertencem a agricultores familiares que produzem o que vendem.
É o caso do agricultor João Hermes, do córrego Fervedouro, que trabalha apenas com produtos orgânicos e, hoje, tem auxiliado o Ifes de Barra de São Francisco a ministrar um curso de agricultura orgânica para agricultores familiares do município.
O presidente da Associação dos Pequenos Agricultores Familiares e Feirantes de Barra de São Francisco, Geraldo Fiscal, conta que a feira movimenta mais de R$ 200 mil por mês e gera renda para dezenas de famílias que ali trabalham todas as quartas-feiras e sábados.
Produção – A produção de verduras tem se destacado no município, tocada quase que exclusivamente por agricultores familiares. A estimativa de produção anual de alface, por exemplo, é de mais de 107 mil pés, quase 10 mil pés por mês, e de jiló, são 35,5 mil quilos. O quiabo tem produção estimada em 31,3 mil quilos.
O censo mostrou que o café conilon continua sendo o carro chefe do setor agrícola, com quase cinco mil hectares de área plantada, enquanto a banana também ganhou enorme espaço, apesar da crise hídrica, ocupando, na altura da coleta dos dados, 612,89 hectares. “A banana, no entanto, apesar de ser uma cultura considerada perene, pode ser facilmente exterminada”, informa o coordenador regional do IBGE, Daniel Aniceto. (Weber Andrade)
No Estado, agricultores familiares ocupam
20% da área e produzem 80% dos alimentos
Apesar da pequena dimensão territorial, o Estado tem uma diversidade enorme: a agricultura familiar capixaba se caracteriza pela variedade produtiva, social, cultural e econômica. Esta heterogeneidade permite que o Espírito Santo se destaque nos cenários nacional e internacional.
São 108 mil estabelecimentos agropecuários, conforme dados do Censo Agropecuário 2017 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Historicamente, os levantamentos indicam que boa parte destes estabelecimentos é destinada à agricultura familiar. Apesar de numerosos, os agricultores familiares ocupam uma pequena área do território capixaba: apenas 20%, conforme o Censo de 2006. E estes mesmos agricultores são responsáveis por produzir cerca de 80% dos alimentos que chegam à mesa dos capixabas. (Weber Andrade com Incaper/ES)