O Dia do Agricultor, que é comemorado nesta quarta-feira, 28, foi criado através do Decreto de Lei nº 48.630, de 27 de julho de 1960, em comemoração ao aniversário de 100 anos da fundação da Secretaria de Estado dos Negócios da Agricultura, Comércio e Obras Públicas, em 1860, por Dom Pedro II.
O presidente Juscelino Kubitschek foi quem assinou a lei, acreditando serem os agricultores os principais responsáveis pelo crescimento econômico do Brasil, em meados do século XX.
Há menos de uma década, no entanto, foi instituído no Brasil e no mundo o Dia da Agricultura Familiar, 25 de julho. A data foi criada pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) para mostrar os desafios enfrentados pelos pequenos agricultores para produzir os alimentos.
De acordo com os resultados do Censo Agropecuário do IBGE, divulgados em meados de 2019, em Barra de São Francisco, houve grande avanço no número de propriedades rurais aumentando ainda mais o número de agricultores e agricultoras familiares.
No último censo realizado, em 2006, o município tinha 2.250 estabelecimentos agropecuários. No ano passado este número cresceu para 2.749, ou seja, quase 500 propriedades rurais a mais do que há 12 anos. A grande maioria destes estabelecimentos não ultrapassam 20 alqueires, o que demonstra a pulverização da propriedade de terras no município e a importância da agricultura familiar para o seu desenvolvimento socioeconômico.
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O ex-prefeito Alencar Marim, por exemplo, vem da agricultura familiar e, como professor e ex-diretor da Escola Família Agrícola Normília Cunha dos Santos, disse ter atuado no fomento à atividade e a permanência dos jovens no meio rural. Ele salienta a importância da agricultura familiar e ressalta a importância das escolas família agrícola na missão de manter os jovens no campo.
“A agricultura familiar é essencial para a permanência do homem no campo e para as boas práticas agropecuárias, por isso estamos sempre buscando meios de incentivar o setor”, afirma.
Na feira livre de Barra de São Francisco, que abriga cerca de 200 barracas mais de 80% delas pertencem a agricultores familiares que produzem o que vendem.
É o caso do agricultor João Hermes, do córrego Fervedouro, que trabalha apenas com produtos orgânicos e, hoje, tem auxiliado o Ifes de Barra de São Francisco a ministrar um curso de agricultura orgânica para agricultores familiares do município.
O presidente da Associação dos Pequenos Agricultores Familiares e Feirantes de Barra de São Francisco, Geraldo Fiscal, conta que a feira movimenta mais de R$ 200 mil por mês e gera renda para dezenas de famílias que ali trabalham todas as quartas-feiras e sábados.
Produção – A produção de verduras tem se destacado no município, tocada quase que exclusivamente por agricultores familiares. A estimativa de produção anual de alface, por exemplo, é de mais de 107 mil pés, quase 10 mil pés por mês, e de jiló, são 35,5 mil quilos. O quiabo tem produção estimada em 31,3 mil quilos.
O censo mostrou que o café conilon continua sendo o carro chefe do setor agrícola, com quase cinco mil hectares de área plantada, enquanto a banana também ganhou enorme espaço, apesar da crise hídrica, ocupando, na altura da coleta dos dados, 612,89 hectares. “A banana, no entanto, apesar de ser uma cultura considerada perene, pode ser facilmente exterminada”, informa o coordenador regional do IBGE, Daniel Aniceto. (Weber Andrade)