O Espírito Santo registrou mais de um caso de estupro de crianças por dia entre janeiro e julho deste ano. Os dados são da Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp). De janeiro a julho deste ano, 259 crianças de até 14 anos foram abusadas sexualmente em todo o Estado.
Em Barra de São Francisco, por exemplo, foram pelo menos quatro ocorrências de abuso de vulneráveis este ano. A última delas aconteceu em maio passado, quando uma jovem mãe foi presa em Colatina, após sua filha, de dois anos, ser examinada por uma perita do Departamento Médico Legal (DML) e constar que ele fora abusada antes de morrer.
O padastro dela, suspeito de ter cometido o crime também está preso, junto com a esposa.
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Apesar do número alto de crimes registrados, houve uma redução das denúncias de estupro de vulnerável quando comparado ao mesmo período do ano passado. Nos sete primeiros meses de 2019, 423 crianças foram vítimas de violência sexual no Espírito Santo.
Essa diminuição dos registros, não revela uma diminuição real na violência sexual contra crianças, mas uma possível subnotificação dos casos. Isso porque a principal forma de identificação dos crimes é feita na escola. Com as aulas suspensas por causa da pandemia do novo coronavírus, casos deixaram se ser percebidos e, consequentemente, denunciados.
Os dados mais recentes sobre as vítimas de abuso sexual, um levantamento do Ministério da Saúde de 2018, apontam que a maior parte desses crimes é cometido contra meninas menores de 13 anos, dentro de casa, e cometidos por parentes ou amigos da família.
O Fórum Brasileiro de Segurança revela que os crimes sexuais são os menos denunciados para a polícia. A última Pesquisa Nacional de Vitimização, de 2013, estimou que apenas 7,5% das vítimas de violência sexuais registram o caso em uma delegacia.
Segundo o delegado titular da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), Diego Aleluia, isso acontece porque nem sempre a criança abusada conta para os pais que foi violentada ou tem mudança no comportamento, se tornando retraída ou agressiva.
“A criança pode ficar triste, ela pode não demonstrar nada porque muitas vezes a criança não liga aquilo a dor e acha que é uma forma de carinho e a mudança comportamental nem sempre é ligada a revolta, não é sempre sinônimo de tristeza. É muito difícil revelar esses casos se a criança não falar. Por isso que a gente pede para que os pais conversem com os filhos e tenham sempre o diálogo aberto”, orientou o delegado. (Weber Andrade com G1 Espírito Santo)
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