O caminhoneiro francisquense conhecido como Juarez Carreteiro, morreu nesta quarta-feira, 17, após vários dias lutando contra uma infecção pulmonar causada por fungos provenientes de pássaros, provavelmente a chamada “Doença do Pombo”.
Juarez, que está sendo sepultado no cemitério municipal nesta tarde, teria ficado internado na Casa de Saúde Santa Mônica, até vir a óbito.
Não conseguimos falar com o filho dele, Fernando, da Stop Lanternagem e nem com os médicos que o atenderam, mas, um funcionário licenciado do Hospital Estadual Dr. Alceu Melgaço Filho (Hedamf), presente ao velório, disse que a causa mortis foi mesmo a doença do pombo.
No Espírito Santo não há registro, nos últimos anos, de mortes provocadas pela doença, mas há relato de um idoso que contraiu a doença em 2019, mesmo ano em que morreram duas pessoas em São Paulo com a patologia.
Aparentemente inofensivos, os pombos podem transmitir diversas doenças, inclusive graves. A Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa (Ales) também abordou o assunto em 2019, por causa das mortes em São Paulo.
A infectologista Rúbia Miossi, do Hospital Universitário Cassiano Antônio de Moraes (Hucam), falou sobre medidas de prevenção e sobre as doenças transmitidas por essa ave migratória com grande população nas cidades.
De acordo com Miossi, os pombos podem transmitir desde doenças mais simples, como alergias e dermatites, até enfermidades de alta gravidade, como a criptococose, que pode comprometer o pulmão e o sistema nervoso central.
“As doenças transmitidas por pombos atingem, em especial, a população com alguma imunodeficiência, como idosos, crianças ou pessoas com doenças crônicas. É importante dizer que as doenças de alta gravidade contam com um tratamento que pode ser muito caro, longo e deixar sequelas no paciente”, explicou.
Miossi também esclareceu que as doenças não são transmitidas somente com o contato direto com a ave. “A transmissão, dependendo de cada doença, pode acontecer pelo consumo de água ou alimento contaminado e até pela poeira”. No caso da doença mais comum, a salmonelose, causada pela famosa bactéria Salmonella, a contaminação se dá pela ingestão de alimentos ou água contaminados com as fezes de pombos. Já as alergias são resultado da inalação de penugens de pombo ou do próprio ar contaminado.
Prevenção
Os pombos vivem com facilidade na cidade e moram em edificações, causando prejuízos também para a estrutura de prédios. “Algumas doenças não são exclusivas dos pombos, mas a gente acaba relacionando a eles porque a população é maior. É importante fazer o controle populacional dessa espécie. Não estamos falando de extermínio, porque a partir do momento que se extermina uma espécie, outra vai ocupar esse espaço. Por isso, uma forma de prevenir é controlar a população de pombos”, afirmou.
Entre as formas de prevenção, Miossi destacou o cuidado com edições públicas e privadas, com instalação de telas em telhados e caixas de ar-condicionado para evitar que eles façam ninhos próximos de residências. E uma atenção especial vai para a alimentação das aves no dia a dia: “A orientação é para que as pessoas não alimentem os pombos nas praças. Lembrando que o problema não é a existência deles, e sim a superpopulação”, destacou. (Da Redação com Webales)