O Ministério da Saúde (MS) lançou nesta segunda-feira, 7, a Campanha Nacional de Vacinação contra o Sarampo, que vai ocorrer até 25 de outubro, tendo como público-alvo crianças de 6 meses a menores de 5 anos. O dia D – dia de mobilização nacional – vai ser em 19 de outubro.
Já a segunda etapa, de 18 a 30 de novembro, terá como foco a população de 20 a 29 anos. O dia D ocorrerá em 30 de novembro.
A novidade é que o prometeu dar um bônus financeiro para todos os municípios que alcançarem a meta de 95% do público alvo. De acordo com o MS, municipios que alcançarem de 90% a 95% do público alvo terão 50% do bônus e aqueles que chegaram a mais de 95% até 100% também terão 100% do bônus prometido. No entanto, o MS não revelou qual o valor desse recurso extra.
Em Barra de São Francisco a procura pela vacina não aumentou muito no primeiro dia da campanha porque o setor de vacinação já vinha fazendo a vacinação de crianças contra o sarampo há mais de um mês. Mesmo assim, segundo o secretário municipal de Saúde, Zulagar Dias Ferreira, o município vai procurar bater a meta de 95% estipulada pelo MS e assim conseguir mais recursos para a área de Saúde do município.
Levantamento do governo federal mostra que, até o dia 28 de setembro, 5.404 casos de sarampo foram confirmados em todo o país. Além disso, houve o registro de seis óbitos, sendo quatro deles de pacientes menores de 1 ano.
A Sesa registrou este ano, até quinta-feira, 3, um total de 225 notificações de casos suspeitos de sarampo no Espírito Santo. Desses, 171 casos foram descartados, dois foram confirmados e 52 seguem em investigação.
A unidade federativa com maior incidência é São Paulo (15,11 a cada 100 mil habitantes), que concentra 97% dos casos e é seguida por Bahia (6,64) e Sergipe (5,86). Embora apresente índice de 0,21, o Pará preocupa, devido à sua cobertura vacinal, que é, atualmente, de 76%, disse Mandetta. O Amapá apresenta a segunda cobertura mais baixa, de 77%, perdendo para a Bahia, com 80%, e o Maranhão e o Piauí, ambos com 83%.
De acordo com informações da pasta, foram adquiridos, para este ano, 60,2 milhões de doses da vacina tríplice viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola. Para o ano que vem, a encomenda foi de 65,4 milhões de doses.
Em 2020, o ministério dará continuidade à campanha. A imunização será dividida em três etapas e incluirá pessoas com idade de 50 a 59 anos. Ao todo, espera-se que a vacinação atinja 39 milhões de brasileiros, que equivalem a 20% da população.
“Nós sabemos que as crianças de 6 meses a 1 ano de idade são as que respondem clinicamente pior ao sarampo. Acabam desenvolvendo um quadro de pneumonia muito grave, e os óbitos acabam tendo uma prevalência maior nessa faixa etária. Então, o clássico é vacinar aos 12 meses e aos 15 meses. Quem fez isso com seus filhos abaixo de 5 anos fez o correto, a criança está coberta e não há necessidade de aplicar mais uma dose. Aqueles que só deram uma dose aos 12 meses e não deram a segunda devem ir agora para fazer a segunda dose, porque uma dose só não dá sistema imunológico competente para enfrentar um surto de sarampo”, afirmou o ministro.
“O que é a novidade à qual as pessoas devem estar atentas? De 6 meses a 1 ano, quando não era recomendada a primeira dose, estamos fazendo a chamada dose 0. Vacinar os bebês e depois, aos 12 meses, fazer a dose regulamentar, como se fosse a primeira, e a segunda. Essas crianças a gente vai blindar mais, porque elas são as principais vítimas fatais do sarampo”, acrescentou, ressaltando que o governo está cogitando voltar a aplicar a vacina oral contra sarampo, que ficou vulgarmente conhecida como a “vacina de gotinha”. (Weber Andrade com Sesa e Agência Brasil)