O governador Renato Casagrande prometeu ontem, durante a troca de comando da Polícia Militar do Espírito Santo (PMES), que vai retomar o programa Estado Presente e focar as ações policiais no combate aos homicídios.
“Outra ação do Estado Presente será intimidar o homicida. Tirar a vida é um crime inaceitável. Não será fácil. Estamos recebendo a polícia militar com aproximadamente dois mil policiais a menos do que deixamos em 2014. Vamos trabalhar o social e a motivação”, garantiu.
O novo comandante da PMES é o coronel Moacir Leonardo Vieira Barreto Mendonça. A solenidade de troca de comando foi realizada na noite desta sexta-feira, 4, no Quartel do Comando Geral da Corporação, em Maruípe, Vitória.
Além do governador do Estado, Renato Casagrande, da vice-governadora Jacqueline Moraes, do secretário de Estado da Segurança Pública, Roberto Sá,o evento contou com a participação de outras autoridades militares e civis, que presenciaram o ato de troca de espadas com o comandante anterior, o coronel Alexandre Ofranti Ramalho, simbolizando o início do novo ciclo.
“O coronel Barreto é um amigo que me ajudou muito no comando financeiro da Polícia Militar. Obrigado à tropa. Continuaremos fazendo o que aprendemos, que é servir e proteger a sociedade com a própria vida. Agradeço a todos que contribuíram em momentos de dificuldade. Ao coronel Barreto desejo muita paz, luz, sabedoria e sucesso no comando. Solicito aos nossos policiais que respeitem o comandante geral, que é uma instituição dentro da nossa instituição. Deixo o comando com a cabeça erguida e sentimento que fiz o melhor”, disse Ramalho.
Em seguida, o governador Renato Casagrande destacou a importância de retomada do programa Estado Presente e falou sobre a valorização da tropa:
“Que alegria em retornar ao Quartel de Maruípe e poder lembrar do tempo que trabalhamos juntos. Gostaria de agradecer ao trabalho do coronel Ramalho, um oficial preparado e que prestou um bom trabalho. Quero saudar o comandante Barreto e dizer que ele vai ajudar a fechar a ferida de 2017. Vamos retomar políticas públicas de segurança como o Estado Presente. Novamente comandarei as reuniões mensais, igual fizemos em nossa primeira gestão. Outra ação do Estado Presente será intimidar o homicida. Tirar a vida é um crime inaceitável. Não será fácil. Estamos recebendo a polícia militar com aproximadamente dois mil policiais a menos do que deixamos em 2014. Vamos trabalhar o social e a motivação”, garantiu.
O secretário Roberto Sá afirmou que trabalhará para prestar todo o apoio para que a tropa tenha tranquilidade e possa proteger, com eficiência, a sociedade.
“Temos que agradecer ao coronel Ramalho e desejar muito sucesso. Coronel Barreto, não tenha dúvida que estaremos juntos na construção de uma sociedade menos injusta e mais segura. Eu tenho orgulho da minha carreira militar. No meu curso de Operações Especiais entreguei meu corpo e minha alma. Quero que a tropa conte com a minha vida e vejo no governador dignidade, valorização e respeito aos servidores da área de segurança. Quem protege precisa ser protegido e juntos vamos construir um futuro digno para os senhores e hoje é dia de comemorar a passagem de comando. Temos que vencer o mau e contem comigo. Força e honra”, ressaltou.
Currículo – Filho de José Barreto Mendonça e Maria das Graças Vieira, o Coronel Moacir Leonardo Vieira Barreto Mendonça é natural de Vitória/ES, onde nasceu em 06 de março de 1974. É casado com Vanessa Barreto Calazans e pai de dois filhos: Ana Lúcia Barreto Mendonça e Leandro Barreto Mendonça.
Ingressou na PMES em 30 de julho de 1992, tendo sido declarado Aspirante a Oficial em 09 de dezembro de 1994. Durante a carreira de oficialato, todas as suas promoções aos postos a que ascendeu decorreram de promoção por merecimento.

Programa Estado Presente tirou o Estado
do 5º lugar nacional em homicídios
O Programa Estado Presente, tinha como escopo a redução dos índices de homicídio em áreas com maior vulnerabilidade social e para tanto tem o desafio da consolidação de uma governança democrática e participativa, orientada para resultados. O planejamento e iniciativas implantadas no programa têm como referência 30 aglomerados do Estado (20 localizados na Região Metropolitana da Grande Vitória e 10 em municípios do interior, que concentram mais de 50% dos crimes letais intencionais, notadamente os homicídios, e boa parte da população em desigualdade social.
Possui dois eixos de trabalho: Proteção policial e social. O policial adota uma gestão em nível territorial para fins de monitoramento e avaliação de indicadores de segurança pública. O social integra todas as ações do governo ofertando cidadania e inclusão social.
Os primeiros resultados após a implementação do programa foram satisfatórios segundo a gestão anterior de Casagrande: Queda na taxa de homicídios por 100 mil de 52,5 em 2010 para 40,8 em 2013 (redução de 22%), e uma redução em números absolutos no número de homicídios dolosos passando de 1.845 em 2010 para 1.565 em 2013 (redução de 15%).
O Programa Estado Presente foi apontado, em março de 2016, como o responsável por ter tirado o Espírito Santo, pela primeira vez, em 34 anos, do ranking dos cinco estados mais violentos do país, o que aconteceu em 2014.
Os dados do Atlas da Violência 2016 feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), atribuem à implantação do programa Estado Presente como fator primordial para a redução do número de assassinatos em terras capixabas.
A Nota Técnica descreve que “outra observação digna de nota refere-se ao fato de que a partir de 2013, pela primeira vez desde 1980, o Espírito Santo saiu da lista dos cinco estados mais violentos do País, ao mesmo tempo em que se juntou a outros estados que lograram diminuição das taxas de homicídios, como São Paulo (-52,4%), Rio de Janeiro (-33,3%), Pernambuco (-27,3%), Rondônia (-14,1%), Mato Grosso do Sul (-7,7%) e Paraná (-4,3%).” (Weber Andrade com Secom/ES)