O veterinário Rossillon Caliari, é um dos cerca de 600 capixabas que fabricam cerveja por hobby, mas existem outros em Barra de São Francisco. Rossillon, que arrendou uma parte da propriedade do servidor municipal Jorge Corteletti, no córrego Boa Sorte, construiu uma cozinha industrial no local e, um dos “produtos” que sai de lá é a tradicional cerveja.
Tradicional? Talvez nem tanto. Rossillon disse que já fabricou cerveja várias vezes, mas as receitas caseiras podem ser bem diferentes da cerveja tradicional, embora todas tenham um processo de produção, que vai determinar o seu sabor final.
O Espírito Santo conta atualmente com 15 cervejarias artesanais registradas no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), e mais de 600 pessoas que fabricam regularmente a bebida como hobby, para consumo próprio, segundo levantamento da Secretaria de Estado da Agricultura (Seag) e da Associação dos Cervejeiros Artesanais do Espírito Santo (Acerva-ES).
Para efeito comparativo, em 2014, só havia uma cervejaria artesanal em solo capixaba. O Espírito Santo produz, de acordo com a Acerva-ES, em torno de 80 mil a 100 mil litros da bebida por mês e o setor cria cerca de 50 empregos diretos e, pelo menos, o dobro de trabalhos indiretos.
Ao todo, os 15 estabelecimentos produtores e envasilhadores de cerveja ou chope possuem 140 produtos registrados pelo Mapa.

Nesta quarta-feira, a diretora de Marketing da Cervejaria Backer, de Minas Gerais, Paula Lebbos, saiu em defesa das cervejarias artesanais. Durante entrevista à imprensa, Paula pediu para que as cervejarias artesanais não sejam condenadas pelo que está acontecendo com a Backer. “O mercado cervejeiro não pode ser indiciado”, disse.
A Backer está sendo investigada por causa da morte de uma pessoa e contaminação de quase 20, por consumo da cerveja “Belorizontina“, que também e vendida no Espírito Santo com o nome de “Capixaba”. Saiba mais.
Brasil – A cerveja produzida no estado é pouca, diante do cenário do país. De acordo com o Anuário da Cerveja no Brasil, divulgado pelo Mapa, são mais de 15 bilhões de litros por ano em 889 cervejarias registradas até o final do ano passado. O recorde foi alcançado após os expressivos resultados registrados pelo setor em 2018, quando 210 novas fábricas foram abertas, o que representa um crescimento de 23% em apenas um ano.
Ao todo, o País tem 16.968 produtos entre cervejas e chopes. Destes, 6,8 mil foram registrados no ano passado. Segundo o Ministério, o momento positivo do setor é resultado do aumento da procura dos brasileiros por bebidas especiais.
Atualmente, 479 municípios do País têm, pelo menos, uma cervejaria, o que representa quase 10% das cidades brasileiras. A liderança do ranking fica com Porto Alegre (RS), com 35 estabelecimentos. Na sequência, aparecem Nova Lima (MG), com 19, e Caxias do Sul (RS), com 16.
Na divisão por estados, o Rio Grande do Sul concentra o maior número de fábricas cervejeiras, 186. São Paulo (165) e Minas Gerais (115) completam o pódio.
Os procedimentos para registro de estabelecimentos e produtos podem ser conferidos no site do Mapa.
Queridinha dos brasileiros, a cerveja ganhou sofisticação, por meio das receitas artesanais, e vem se tornando um negócio cada vez mais atraente e popular no Estado, nos últimos anos. (Weber Andrade com Agência Brasil, Incaper e Mapa)