Weber Andrade*
Apesar de não haver previsão de chuva para Barra de São Francisco e região até amanhã, 9, a forte onda de calor que atua em grande parte do Brasil e que provocou temperaturas próximas de 40 ºC na região noroeste capixaba e leste de Minas Gerais, provocou uma tempestade com formação de granizo na região, por volta das 13h horas de hoje, 8, atingindo os municípios de Mantenópolis, Mantena e São João do Manteninha, em Minas Gerais. Nos municípios mineiros, a chuva não chegou a atingir a Sede, mas parte da estrada, perto do Lagoas Bar houve muita pedra.
Até o momento não há notícias de danos consideráveis nos municípios – mas plantações de banana na zona rural de Mantenópolis foram atingidas. A tempestade teve alguns reflexos no centro da Barra de São Francisco, onde o vento atingiu uma velocidade muito grande e chegou a arrastar um contentor de lixo na avenida Jones dos Santos Neves, por volta das 13h30.
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Posted by OContestado.com on Thursday, October 8, 2020
Segundo a meteorologia, o calor deve começar a diminuir no próximo sábado, 10, com previsão de chuva para o fim de semana, informam o site Climatempo, corroborado pela meteorologia do Incaper.
As temperaturas ficaram próximas de 40 °C nas ruas do centro nesta quinta-feira, 8 e devem continuar assim amanhã, 10. A umidade relativa do ar, por volta do meio-dia, estava em 28%. .
Em Barra de São Francisco, o site Climatempo apontou temperatura máxima de 39 °C por volta de 13h30 de ontem, 7 de outubro, com umidade relativa do ar em 31%.
No entanto, a sensação de calor, principalmente nas ruas do centro da cidade é muito maior.
Chuva entre São João do Manteninha e Mantena (MG)
Setembro foi o mês mais quente do ano
Os cientistas do Copernicus Climate Change Service (C3S) revelaram hoje, 7, que setembro de 2020 foi o mês mais quente que se tem registro. O recorde anterior era de setembro de 2019, 0,05°C inferior ao registrado este ano. No Brasil, esse recorde traduziu-se em temperaturas acima da média ao longo do mês passado e que continuam em outubro, culminando em um alerta de risco de morte emitido pelo Inmet.
“Esta onda de calor que se instalou no Brasil no final de setembro e nos primeiros dias de outubro de 2020 será amplamente estudada pela academia porque está reescrevendo a climatologia de temperaturas no país, batendo recordes de calor de mais de cem anos”, afirma a meteorologista Josélia Pegorim, da Climatempo. Ela explica que a onda de calor se espalhou por todo o país, mas atinge com mais severidade o Centro Oeste e o estado de São Paulo. “O dia 6 de outubro marcou o 11° dia consecutivo em que o interior paulista registrou temperaturas acima de 40°C.”
A depender da influência de fenômenos climáticos como La Niña nos meses restantes, há chances de que 2020 se torne o ano global mais quente de que se tem registro – recorde que permanece com o ano de 2016. Mas os cientistas do C3S revelaram ainda que tanto 2016 quanto 2020 apresentam anomalias de temperatura média global bastante semelhantes.
Mês mais quente na Europa
Os dados de reanálise do C3S mostram que o mês passado teve temperaturas 0,63ºC maiores do que a média para o mês no período de referência climatológica padrão de trinta anos (1981-2010). Isto torna setembro de 2020 0,05°C mais quente do que setembro de 2019, e 0,08°C mais quente do que setembro 2016, respectivamente, o primeiro e o segundo mês mais quentes registrados anteriormente.
Na Europa, as temperaturas médias de setembro também bateram recorde, cerca de 0,2°C mais quentes do que setembro de 2018, o mês mais quente anteriormente registrado no continente. As temperaturas altas acima da média foram predominantes especialmente na região dos Bálcãs. As temperaturas estavam bem acima da média em muitas regiões do globo em setembro, incluindo partes da América do Sul, o Oriente Médio e a Austrália. Condições mais frias do que a média marcaram o Oceano Pacífico equatorial oriental, algo consistente com a ocorrência do fenômeno La Niña.
Ártico derretendo
O C3S também monitora o gelo marinho mensalmente, e seus dados confirmam que a extensão média do gelo marinho do Ártico para setembro passado foi a segunda mais baixa registada, depois de setembro de 2012. Embora a Sibéria tenha grandes flutuações de temperatura de um ano para o outro, o calor relativo observado este ano tem sido incomum por sua magnitude e persistência.
Desde que as observações por satélite do Ártico começaram em 1979, a extensão de gelo do mar diminuiu acentuadamente. O ciclo anual típico do gelo marinho começa a diminuir desde o início da Primavera até ao final do Verão, quando atinge a sua extensão mínima para o ano, normalmente em Setembro. Depois, o gelo marinho começa a se acumular novamente para atingir o máximo, o que ocorre tipicamente em março.
“Em 2020, foi registrado um declínio estranhamente rápido da extensão de gelo do mar Ártico durante Junho e Julho, na mesma região onde se registaram temperaturas acima da média, pré-condicionando o mínimo de gelo do mar para ser particularmente baixo este ano”, explica Carlo Buontempo, Diretor do C3S. “A combinação de temperaturas recordes e recuo do gelo marinho do Ártico em 2020 realça a importância de melhorar e ampliar o monitoramento dessa região, que aquece mais rapidamente do que qualquer outra parte do mundo”.
O C3S é executado pelo Centro Europeu de Previsões Meteorológicas de Médio Prazo (ECMWF) em nome da Comissão Europeia, e monitora o clima global e europeu.
O C3S publica boletins mensais sobre as alterações observadas na temperatura global da superfície do ar e outras variáveis climáticas. Todos os resultados reportados são baseados em análises geradas por computador utilizando milhares de milhões de medições de satélites, navios, aviões e estações meteorológicas de todo o mundo. O mapa e os valores dos dados citados são do conjunto de dados ERA5 do ECMWF Copernicus Climate Change Service, actualmente datado de 1979. As anomalias são calculadas em relação ao período de referência1981-2010.
Ar seco
Além do calor intenso, outra preocupação é o ar seco. A umidade relativa ainda vai ficar abaixo dos 20% por várias áreas do Sudeste, Centro-Oeste, interior do Nordeste, no Tocantins, na Região Norte, e no interior do Paraná. Algumas cidades destas regiões podem até registrar valores próximos ou abaixo de 12%, o que caracteriza estado de emergência.
Por que o ar seco é ruim para a saúde?
Além dos problemas de saúde que se agravam neste período seco, outra preocupação é em relação às queimadas. Esta intensa onda de calor pode favorecer a propagação do fogo no fim desta temporada seca por várias regiões do país.
Quando a onda de calor vai embora? Quando volta a chover?
Uma forte frente fria deve romper essa grande onda de calor em torno do dia 10 de outubro. Só a partir deste dia que a chuva deve entrar de forma mais significativa pelo interior do Brasil. Confira mais detalhes com a meteorologista Josélia Pegorim, do Climatempo.
Problemas decorrentes da Baixa
Umidade do Ar segundo a OMS
Complicações alérgicas e respiratórias devido ao ressecamento de mucosas;
Sangramento pelo nariz;
Ressecamento da pele;
Irritação dos olhos;
Eletricidade estática nas pessoas e em equipamentos eletrônicos;
Aumento do potencial de incêndios em pastagens e florestas.
Cuidados a serem tomados em caso
de baixa umidade relativa do ar
Entre 30 e 20% – Estado de Atenção
Evitar exercícios físicos ao ar livre entre 11 e 15 horas;
Umidificar o ambiente através de vaporizadores, toalhas molhadas, recipientes com água, molhamento de jardins etc;
Sempre que possível permanecer em locais protegidos do sol, em áreas vegetadas etc;
Consumir água à vontade.
Entre 20 e 12% – Estado de Alerta
Observar as recomendações do estado de atenção;
Suprimir exercícios físicos e trabalhos ao ar livre entre 10 e 16 horas;
Evitar aglomerações em ambientes fechados;
Usar soro fisiológico para olhos e narinas.
Abaixo de 12% – Estado de emergência
Observar as recomendações para os estados de atenção e de alerta;
Determinar a interrupção de qualquer atividade ao ar livre entre 10 e 16 horas como aulas de educação física, coleta de lixo, entrega de correspondência etc;
Determinar a suspensão de atividades que exijam aglomerações de pessoas em recintos fechados como aulas, cinemas etc entre 10 e 16 horas;
Durante as tardes, manter com umidade os ambientes internos, principalmente quarto de crianças, hospitais etc.
*Com site Climatempo, Incaper e Organização Mundial de Saúde