A segunda estimativa de safra do café divulgada hoje, 16, pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indica que o Brasil deve colher 50,92 milhões de sacas de café beneficiado, das espécies arábica e conilon, este ano. O resultado representa uma redução de 17,4% em relação a 2018.
No Espírito Santo, a expectativa era de uma colheita de 3,23 milhões de sacas de café arábica e 10,37 milhões de sacas de café conilon. No entanto, essas estimativas foram revistas para baixo devido ao clima.
Na região de região de São Gabriel da Palha, a colheita em maio deve começar com perdas entre 10% e 15%. “Os grãos ficam expostos ao sol e está havendo uma queima desses grãos. Não conseguimos ainda levantar com precisão, mas acreditamos que de 10 a 15% da colheita já foi atingida”, afirma Edimilson Calegari, gerente comercial da Cooperativa Agrária de Cafeicultores de São Gabriel (Cooabril).
Esse cenário, segundo o gerente, tem obrigado os produtores a investirem em irrigação, o que aumenta ainda mais os custos de produção que já estavam elevados, com alta dos insumos que chegaram a até 90% da safra passada para essa.
“Ainda não temos um levantamento de custo, porque ainda faltam de três a quatro meses para se concluir a safra, mas de acordo com experiências que temos já está empatando. Não está dando mais rentabilidade para o produtor com preços de R$ 290 o saco de 60 quilos”, conta Calegari.
Brasil – Segundo a Conab, a queda é resultado da bienalidade negativa dos cafezais, “um fenômeno natural que ocorre com a cultura e faz com que sua produtividade seja maior em um ano e menor no ano seguinte”. Apesar da redução na estimativa, o Brasil permanece como o principal produtor e exportador mundial de café.
O café arábica, que representa uma produção de 72% do total e é mais influenciado pela bienalidade, deve alcançar 36,98 milhões de sacas, uma redução de 22,1% em comparação à temporada anterior.
A produção de conilon em todo o país está estimada em 13,94 milhões de sacas, uma diminuição de 1,7% em relação a 2018. De acordo com a Conab, essa queda é consequência da redução da área plantada na Bahia e em Minas Gerais, somada à diminuição da produtividade no Espírito Santo devido a fenômenos climáticos. (Weber Andrade com Agência Brasil)