O comerciante Tunico Relojoeiro foi intimado a prestar esclarecimentos no Fórum de Barra de São Francisco, recentemente, devido a uma denúncia contra ele, feita por um empresário que se acha prejudicado pelo cuidado que Tunico oferece aos cães de rua na porta de sua relojoaria.
Felizmente, o Poder Judiciário entendeu que ele é o lado certo da história, porque vem cuidando de cães de rua há mais de dez anos. “Eu fiquei triste, mas me sinto ainda mais fortalecido agora para continuar esse trabalho, que era feito pela minha mãe”, afirma o relojoeiro.
Tunico, junto com outra protetora dos animais, Maria Goreth Oliveira, além do músico Jorge Kabana e outros amigos dos animais, estão, inclusive, planejando fundar uma associação de proteção aos animais em situação de rua, em Barra de São Francisco.
Goreth conta que esteve em Uberlândia (MG) recentemente e ficou encantada com o carinho que a população dedica aos animais de rua. “Fiquei pasma quando vi que eles estavam com o pelo bonito, bem cuidados, sem pulgas nem carrapatos e fui informada de que, ali, todos os comerciantes cuidam dos animais de rua com o mesmo carinho”, relata ela.
Mas ainda tem muita gente em Barra de São Francisco que, além de não contribuir para a qualidade de vida desses animais, ainda praticam maus tratos e tentam expulsa-los de perto de seus estabelecimentos comerciais.
No inicio deste ano, o governador Renato Casagrande assinou um decreto lei, aumentando a pena pecuniária para indivíduos que forem flagrados cometendo maus tratos contra animais (veja texto mais abaixo).
Na semana passada, planejando contribuir para o controle populacional de cães e gatos de rua, passou a tramitar na Assembleia Legislativa (Ales) o Projeto de Lei (PL) 258/2019, do deputado Fabrício Gandini (PPS), que estabelece que 50% dos animais comercializados em pet shops sejam provenientes de abrigos, ONGs e centros de zoonose.
Para viabilizar o processo, os pet shops devem firmar acordos com instituições e protetores independentes. Em caso de descumprimento, as lojas estarão sujeitas a seis penalidades aplicadas de forma isolada ou cumulativamente. Elas podem ser em forma de notificação, advertência, suspensão temporária de atividade, cassação de licença do estabelecimento, interdição total ou parcial do local e multa de 500 Valores de Referência do Tesouro Estadual (VRTEs) – correspondente hoje a R$ 1.710,85.
Para o autor da matéria, esses animais são constantemente abandonados, seja por uma família que adquiriu o animal, mas desistiu de cuidar dele, ou seja pelo próprio Poder Público.
“Animais em situação de risco ou emergência vagam dia e noite pelos centros urbanos à procura de água, comida ou, simplesmente, de alguém que lhes dê um pouco de atenção, cenário este que, além de doloroso para os animais, representa um grave problema de saúde pública”, afirmou. (Weber Andrade com Ales)