Apesar de ter deixado a liderança do Governo na Assembleia Legislativa (Ales) sob forte polêmica, o deputado estadual Enivaldo dos Anjos (PSD) foi o primeiro a sair em defesa do governador Renato Casagrande na sessão ordinária desta terça-feira, 10, após o deputado Capitão Assumção (PSL) ter pedido o impeachment dele, no dia anterior. Enivaldo, que já chegou a defender a imunidade parlamentar do colega, quando este disse que pagaria R$ 10 mil para quem matasse o assassino de uma mulher em Cariacica, vem alternando embates com Assumção na Casa.
Dos Anjos argumentou que não havia justificativa para levar adiante o pedido e cobrou uma resposta da Mesa em 24 horas. “Ao invés de impeachment deveria ter moção de aplausos, pois é um dos governadores mais competentes do País, que mantém a regularidade do Estado e cria condições para caminhar no presente e futuro, gerando um Fundo que vai estabelecer a possibilidade de segurança econômica por mais de 20, 30 anos”, disse.
Outro ponto levando pelo pessedista diz respeito aos efeitos que a aprovação do requerimento poderia causar no cenário estadual. “Isso pode afastar investidores do Estado, pode gerar instabilidade para o setor empresarial. Estamos num momento de dificuldades no País com o Estado buscando ser exemplo”, ressaltou.
Segundo Dr. Rafael Favatto (Patri) o governador tem responsabilidade com o povo capixaba e provou isso diante das chuvas que afetaram o Estado. Na opinião dele o movimento de Assumção apesar de justo, era extemporâneo. “Não estamos vivendo nenhuma crise para que o governador possa ser investigado ou questionado, não tem nenhum ponto que vai ferir a honra do governador e suas decisões”, frisou.
Freitas (PSB), líder do Governo na Casa, salientou que Casagrande não tinha nenhum problema em realizar a prestação de contas, que ela não havia sido feita ainda por compromissos em Brasília e que a data seria acordada com o presidente Erick Musso (Republicanos). Os deputados Coronel Quintino (PSL), Dary Pagung (PSB), Marcos Garcia e Luciano Machado (ambos do PV) também defenderam o governador.
Já Assumção afirmou que Casagrande havia descumprido a legislação ao não comparecer à Casa no prazo previsto (3 de março) e que manteria o requerimento. “Eu não pedi nada demais. É crime de responsabilidade (não prestar contas no prazo). Ele que vá se justificar. O jogo democrático é esse. Temos um grupo de independentes aqui que quer discutir o Estado”, assegurou.
Enivaldo tornou a debater o assunto. Desta vez levantando uma questão de ordem. O parlamentar questionou qual dos prazos seria o mais correto para o chefe do Executivo estadual vir até a Assembleia. “O da Constituição Estadual, da Lei 7.920/2004 ou do Regimento Interno? É um erro que essa Casa cometeu ter várias leis com o mesmo objetivo. O governador não disse que não vem, só pediu para vir em abril”, garantiu. (Weber Andrade com Webales)