A lua-de-mel do atual governo central com a geração de empregos de carteira assinada parece ter azedado em maio. Depois de um mês de abril considerado excepcional, com quase 130 mil admissões a mais do que demissões em todo o país, maio registrou apenas 32,1 mil novos empregos no Brasil, segundo os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério da Economia.
Em Barra de São Francisco, onde o estoque de empregos novos havia subido 0,68% em abril, a situação se inverteu e, em maio, o número de vagas caiu 0,27%. Com o desempenho negativo de quatro dos seis setores principais da economia, foram menos 15 vagas com carteira assinada no mês passado.
A extração mineral (-2,22%) e a construção civil (-10,53%) foram os setores que puxaram para baixo os empregos na cidade. Na extração, foram reduzidas 17 vagas em maio e na construção civil menos 10 empregos. Em abril o setor de construção puxou o estoque para cima, com 14 vagas (17,28%) e a extração já dava sinais de enfraquecimento, com quatro vagas a menos do que no mês anterior (março).
A agropecuária, apesar de estarmos em plena safra do café, mostrou que não emprega ninguém com carteira assinada. Em maio o setor apontou 2 contratos novos e 3 demissões (-0,60 %). Já o setor de serviços reduziu três vagas de emprego (-0,26%).
De positivo, somente o comércio, que gerou quatro novos empregos (0,21%) e a indústria, que gerou 11 novas vagas (0,73%).
No total, foram geradas 209 vagas e promovidas 224 demissões em maio. A leitura pode até ser vista como positiva, uma vez que, em abril foram 192 vagas novas e 154 demissões no município. No acumulado dos cinco primeiros meses do ano o saldo é de 72 vagas (1,3%). Em abril foi de 87 vagas (+1,57%).
Em 12 meses, ou seja, de maio do ano passado a maio deste ano o município tem um saldo positivo de 185 empregos novos. De abril do ano passado até abril deste ano, eram 216 admissões a mais do que demissões. (veja tabela no final da matéria).
Espírito Santo – Em todo o estado, a geração de empregos no mês de maio teve um desempenho bem superior ao do país (0,08%) O Espírito Santo gerou 9.838 empregos novos, crescimento de 1,29% em relação a abril, sendo 7.726 na agropecuária.
Em abril deste ano o Estado havia registrado 28.189 contratações e 25.308 demissões, restando um estoque positivo de 2.881 vagas (0,40%).
Durante os últimos 12 meses, foram 345.312 contratações e 323.753 demissões, um saldo positivo de 21.559 empregos (3,02%) no Espírito Santo.
Brasil – A criação de empregos com carteira assinada teve saldo positivo em maio, com a criação de 32.140 vagas (0,08%). O saldo positivo foi resultado de 1.347.304 admissões contra 1.315.164 desligamentos ocorridos no período.
É o terceiro ano seguido em que o mês de maio apresenta saldo positivo, apesar de uma ligeira queda no volume total de novas vagas na comparação com o mesmo mês nos anos de 2017 (34,2 mil) e 2018 (33,6 mil).
Para o secretário de Trabalho do Ministério da Economia, Bruno Dalcolmo, o resultado do mês está em sintonia com o desempenho da economia, mas ainda abaixo do desejado.
“A geração de emprego está em linha com o que a economia vem demonstrando, da mesma forma que, nos últimos anos, o crescimento não foi tão grande quanto se gostaria”, afirma Dalcolmo. Apesar de a criação de empregos ter diminuído no mês passado, na comparação com anos anteriores, Dalcolmo não vê tendência de queda. “Não há tendência nem de subida, nem de descida [na geração de empregos]. Significa uma economia que está um pouco em compasso de espera, a ser definido por outros pontos importantes como a reforma da Previdência.”
No acumulado do ano, foram criados mais 351.063 postos de trabalho, o que elevou para 38,761 milhões o estoque de empregos formais no país. É o maior estoque desde 2016, quando o Caged registrou 38,783 milhões de empregados com carteira assinada.
Destaques – Assim como no Espírito Santo, o crescimento do número de vagas em maio foi impulsionado pela agropecuária, setor que registrou, sozinho, a abertura de 37.373 empregos. O cultivo do café e da laranja responde pela maior parte das contratações, cerca de 33 mil. Também aparecem com destaque atividades de apoio à agricultura e a criação de bonivos.
“Esse resultado se explica também, como nos outros anos, pelo bom desempenho de café e laranja. São empregos que têm importância sazonal nesse mês, especialmente em Minas Gerais e em São Paulo”, explica o subsecretário de Políticas Públicas e Relações de Trabalho do Ministério da Economia, Matheus Stivali.
Regiões – No recorte geográfico, quatro das cinco regiões do país tiveram saldo positivo na geração de empregos, com destaque para o Sudeste, que respondeu por 29.4 mil empregos, seguido por Centro-Oeste (6.148), Norte (4.110) e Nordeste (3.319). A exceção foi a Região Sul, que terminou o mês com o fechamento de 10.935 vagas formais de emprego. (Weber Andrade com informações do Caged/Ministério da Economia e Agência Brasil)