O deputado estadual Enivaldo dos Anjos encaminhou ao Ministério Público Estadual (MPES) um pedido para que seja apurado “rigorosamente” o procedimento de funcionários da Multiface, empresa prestadora de serviços para a Prefeitura de São Mateus, na apreensão das mercadorias de uma família de feirantes de Santa Maria de Jetibá, que trabalha toda semana na feira de São Mateus.
Delfino Schwanz, seu filho Laerte Schwanz e a nora Júlia Schaffelen Ott saíram à noite do distrito Rio Possmoser, em Santa Maria de Jetibá, com seu caminhão baú cheio de hortaliças para comercializar na feira de São Mateus.
Na madrugada fria da última quarta-feira, 27, tiveram toda a mercadoria apreendida, filmaram o episódio e, em meio a relatos de tristeza, divulgaram nas redes sociais.
“O sentimento de todo mundo que viu esse vídeo é de revolta com a falta de sensibilidade com uma família de produtores de alimentos, que já é sacrificada e ainda é submetida a esse tipo de tratamento. O Laerte mostrou as notas fiscais da mercadoria e disse que eles nunca foram notificados de que não poderiam trabalhar na feira.
É preciso uma apuração rigorosa desse fato, porque não tem condições que uma família trabalhadora, já sacrificada, que se expõe a essa pandemia de coronavírus, numa cidade mal administrada e com uma incidência absurda de Covid-19, ainda seja tratada dessa maneira”, disse Enivaldo.
No vídeo, Júlia Schaffelen reclama que não houve identificação da pessoa que os abordou antes da chegada dos empregados da prestadora de serviços: “Eles chegaram falando Daniel da Feira prá cá, Daniel da Feira prá lá. A gente está trabalhando e não sabe nada. Simplesmene chegam e tomam tudo”, disse Júlia.
O pai, Delfino, estava indignado: “Se querem doação, a gente doa, mas chegam, apreendem e a gente nem sabem o que vão fazer com as mercadorias”.
O deputado Enivaldo dos Anjos pediu ao MP que investigue também o contrato milionário da Prefeitura de São Mateus com a empresa Multiface, que faz de tudo no município.
“Já tem denúncias desde 2018 feitas por vereadores do município e a gente não vê nenhuma ação. É preciso investigar isso. São mais de R$ 10 milhões em contratos muito suspeitos para executar coisas imensuráveis, o que facilita esquemas de corrupção”, disse Enivaldo.
Outro lado – No site da Prefeitura de São Mateus, a informação é de que, a pedido dos feirantes do município, as feiras livres foram liberadas para funcionar durante a pandemia, mas com restrições, inclusive para a entrada de feirantes de outras localidades.
“A pedido dos feirantes, o Município de São Mateus liberou a reabertura das feiras, mas com o compromisso de seguirem várias medidas para evitarem a proliferação do coronavírus. Além dos cuidados quanto a higiene e desinfecção, uma das medidas foi a liberação apenas para os feirantes de São Mateus. O objetivo é evitar que feirantes de fora tragam o vírus para o Município, ou sejam infectados em território mateense e contaminem outras pessoas em seus locais de origem. As feiras estão liberadas em Guriri, nos sábados, e no bairro Vila Nova, nos domingos.” Informa o site. (Weber Andrade com Site Vitória e AScom/PMSM)