Divulgado nesta terça-feira, 23, o número de 43 mortes registradas em 24 horas em decorrência de complicações da Covid-19 é não só um recorde no mês de dezembro, como também o maior já registrado desde o dia 2 de julho deste ano, época em que o Estado vivenciava o primeiro pico da pandemia.
Já são 4.839 mortes e o número de casos confirmados chegou a 232.760. O índice de letalidade da doença no estado é de 2,1%. Os dados foram divulgados na plataforma Painel Covid-19, do Governo do Estado.
Simultaneamente ao aumento dos casos fatais da Covid-19, cresce também a quantidade de pacientes que desenvolvem quadros graves da doença.
De acordo com o governo estadual, nesta terça-feira, 547 pessoas estavam internadas em leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTIs), deixando o índice de ocupação em 85%. O quantitativo se aproxima do pior cenário já registrado no Estado.
“No auge da pandemia, no dia 6 de julho, nós tínhamos 600 pacientes por dia em UTIs”, pontuou o secretário estadual de Saúde, Nésio Fernandes, em entrevista à TV Gazeta.
Uma nova preocupação do governo estadual, que surge neste momento, diz respeito ao maior tempo de permanência dos doentes nas UTIs, o que, consequentemente, reduz a oferta de leitos para novos pacientes.
“Com a melhora do cuidado e do manejo, há um aumento médio de dois dias do tempo de permanência dos pacientes que internam nas UTIs e de quatro dias dos pacientes que evoluem para óbito. Conseguimos lutar mais para salvar a vida dos pacientes e isso implica que a mesma disponibilidade de leitos realizada na primeira expansão da doença pode não ser suficiente, caso a expansão de casos se dê na mesma proporção numa segunda onda da doença”, explicou Nésio.
Atualmente, é disponibilizado um total de 644 leitos de UTI para a Covid-19, mas este número pode ser ampliado até 715. O secretário, no entanto, afirma que investirá em uma expansão maior.
“Na primeira quinzena de janeiro vamos passar de 800 leitos de UTIs Covid disponíveis no Espírito Santo”, garantiu.
A média de mortes por coronavírus continua em mais de 20 por dia no estado. A média móvel dá sinais de maior estabilidade nos últimos 14 dias. No entanto, Nésio reforça que o controle dos casos dependerá do comportamento da população durante as festividades de fim de ano.
Lembrando que, por dia, o estado vem registrando uma grande quantidade de novos casos de Covid. Somente nesta terça-feira, foram 2.340.
“Nós estamos trabalhando para convencer a população a se reservar nas festas de Natal de Ano Novo para que as interações que possam ocorrer nesse final de ano não repercutam em um maior número de óbitos e de internações na primeira quinzena de janeiro”, alertou o secretário.
Rede privada
Na rede privada, o nível de preocupação dos profissionais de saúde é o mesmo. O médico intensivista Gedelvares Francisco Júnior trabalha em um hospital particular de Vila Velha e diz que por lá a ocupação passa de 90%.
“Os casos estão vindo com pacientes mais jovens, já chegando com extrema gravidade. A ocupação do hospital deu uma aumentada principalmente nos últimos dois meses e vem aumentando progressivamente”, disse o médico. (Weber Andrade com G1)