Vários ex-vereadores francisquenses têm se manifestado com indignação às críticas recebidas pelos atuais vereadores em relação à renovação da concessão da Cesan há 20 anos. A reação se deu por causa da matéria publicada pelos sites ocontestado.com e vozdabarra.com.br, dando conta de que vereadores e pessoas da sociedade tenham sugerido que eles receberam propina de R$ 20 mil para aprovar a concessão na gestão do prefeito José Honório Machado.
O mais indignado deles é o ex-vereador Sulimar Valério da Cunha, o Mazinho do Hospital, que ameaçou até entrar na Justiça para saber quem são as pessoas que fizeram o comentário. Mazinho procurou a nossa reportagem para dizer que nunca recebeu nada fora do seu salário para aprovar projetos e leis.
Outro indignado é o servidor municipal Lula Coser, que repudiou a informação e, como Mazinho, disse que nunca recebeu propina durante os mandatos que exerceu na Câmara Municipal “Se tivesse recebido alguma coisa teria partilhado com meus eleitores, mas não é do meu feitoio receber propina, achei a notícia muito desagradável, pois tenta atingir a imagem dos ex-vereadores de uma forma muito clara, e sem ter como provar”, disse.
O ex-presidente da Câmara de Vereadores, Carlos Augusto dos Anjos, o Carlim da Pretti, que também era vereador na altura, chegou a equivocar-se quanto ao valor da propina sugerida. “A 20 anos atrás eu era vereador e mais alguns colegas como Auribes. Eu desafio alguém provar que nos se (sic) vendemos por 25 mil reais (o valor dito na reportagem é de R$ 20 mil). Fizemos diversas emendas no projeto, lembro-me, da autoria do saudoso Paulo Roberto Valli, que determinava que em cinco anos, a captação de água seria mudado para o rio São Mateus. Lembro que votamos suspendendo o contrato da Cesan, pois não estava cumprindo o contrato e veio contra nós o Governo Estadual e até o Governo Federal. As atas devem está (sic) arquivadas naquela Casa de Leis. Já conversei com alguns vereadores, estamos à disposição para quaisquer esclarecimentos. Nós trabalhamos com honradez e respeito ao cidadão”, disse ele em comentário no facebook.
História – A reportagem do nosso site disse que os vereadores de oposição à atual gestão municipal que compõem a Mesa Diretora da Câmara Municipal e as duas comissões essenciais para a aprovação de projetos na Casa, foram para a emissora oficial do Legislativo onde defenderam a postura adotada durante o período em que o projeto foi apresentado para receber os pareceres e lamentaram que “algumas pessoas, de forma tendenciosa, estiveram criminalizando os vereadores envolvidos, acusando-os injustamente de estarem “segurando” o projeto para não ir a votação”, informou o site da Câmara.
O projeto foi aprovado por unanimidade, em sessão ordinária, na tarde de segunda-feira, 16. Na oportunidade, alguns vereadores e pessoas ligadas à oposição chegaram a sugerir que os vereadores de 20 anos atrás teriam recebido R$ 20 mil cada para aprovar o projeto em vigor. A nossa reportagem esclarece que, publicamos e nem publicaremos os nomes das pessoas que fizeram o comentário porque nenhuma delas assumiu ter provas da transação ilegal.
Um dos vereadores, Wilson Pinto das Mercês, o Mulinha, ligado ao grupo dos Pereira, disse que eles demoraram para aprovar o projeto justamente para encontrar um formato de contrato que viesse a beneficiar o município e “não como ocorreu em outra época quando a renovação da concessão foi apreciada”, criticando os colegas que eram vereadores há 20 anos e aprovaram a concessão. “Duvido que algum município tenha amarrado tão bem no contrato, os benefícios que a Cesan terá que cumprir ao longo do período de concessão”, justificou ele.
Outro vereador afirmou que “agora” o projeto segue para sanção ou veto do Executivo Municipal. “O prefeito Alencar Marim (PT), terá agora o prazo de até 15 dias para analisar o que foi aprovado e dar prosseguimento do cronograma. Ele poderá vetar ou sancionar o texto aprovado por unanimidade dos 13 vereadores presentes na sessão legislativa, sendo que cada parlamentar votou nominalmente ao projeto”. (Weber Andrade)