Em menos de dois meses, mais precisamente no dia 15 de janeiro de 2020, dona Maria Rita Pereira estará completando nada menos do que 113 anos de existência, cerca de 90 deles vividos em Barra de São Francisco. “Eu quero viver mais uns 50, não sei se vai dar, mas quero”, disse ela ao prefeito Alencar Marim, que a visitou em julho deste ano, no bairro Nova Barra (Vaquejada), onde vive com a única filha, Zenilda, a dona Santa, que restou da prole de cinco filhos com Raimundo José Pereira, já falecido.
Dona Maria Rita superou em muito a expectativa de vida para o país, que foi calculada em 76,3 anos, em 2018.
O Espírito Santo continua sendo o segundo Estado com a maior expectativa de vida e a menor taxa de mortalidade antes de completar um ano de vida, conforme dados da Tábua de Mortalidade de 2018, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira, 28. Quem nasce hoje no estado tem apenas 8,1% de chances de não chegar ao primeiro ano de vida e expectativa de viver até os 78,8 anos.
Outra boa notícia é que os capixabas superam Santa Catarina e todo os outros Estados em qualidade de vida na Terceira Idade. Hoje o capixaba que tem 65 anos deve chegar, pelo menos aos 85,4. As mulheres, no entanto, estão bem à frente dos homens. De acordo com os dados do IBGE, as mulheres que têm 65 anos hoje devem viver, no mínimo, até os 87,2 enquanto os homens devem chegar aos 83,4.
No vizinho estado de Minas Gerais, a expectativa de vida aos 65 anos é, em média de 84,4 anos, sendo 85,6 para as mulheres e 83,1 para os homens. Em outro estado vizinho, Rio de Janeiro, a expectativa de vida aos 65 anos é de chegar aos 83,8. As mulheres devem viver até 85,3 anos e os homens até os 81,9.
(Confira os dados relativos a 2017 no link https://ocontestado.com/es-tem-a-menor-taxa-de-mortalidade-e-a-2a-maior-expectativa-de-vida-do-pais/)
Em Barra de São Francisco, de acordo com dados do IBGE, o município tinha, em 2016, 3.471 pessoas com 65 anos ou mais. O aposentado Cícero Heitor Pontes Pereira, por exemplo, tem hoje 83 anos e garante que se cuida para fazer parte da estatística dos que chegarão próximos ou além dos cem anos. Na faixa etária dele o município tinha 423 pessoas no final de 2016.
O geriatra Roni Mukamal, disse em entrevista ao site G1 Espírito Santo, no ano passado, que há um conjunto de fatores favoráveis para o Estado ter a uma das melhores expectativa de vida do país aos 65 anos.
“O primeiro fator é que estamos no sudeste e temos uma saúde de qualidade. Óbvio que com problemas, mas temos acesso à saúde, as pessoas se cuidam, vão ao médico. Outro ponto é que, apesar de estar no sudeste, a vida em Vitória tem características bucólicas, mesmo sendo uma capital. Tem menos trânsito que São Paulo, Rio de Janeiro, as pessoas se cuidam mais, comem mais em casa. Então o capixaba está criando um modelo muito interessante e um exemplo para todo o país de se envelhecer bem”, explicou.
Ainda segundo o geriatra, o segredo é pensar na velhice desde a juventude: adquirir bons hábitos ainda com pouca idade pode contribuir muito para uma rotina saudável e menos doenças no futuro. “A saúde não está na mão do profissional, está na sua mão. Cuide da sua saúde. Busque alimentos saudáveis, busque fazer exercícios, e principalmente, cuide da sua cabeça”, aconselhou o médico.
Mortalidade infantil – A Tábua de Mortalidade 2018 também mediu a probabilidade de um recém nascido não chegar ao primeiro ano de vida. O Espírito Santo ficou na melhor posição, com apenas 8,1% de possibilidade de um recém-nascido morrer antes do primeiro aniversário. É seguido de perto por Paraná e Santa Catarina (8,6%). Em Minas Gerais, esse índice é de 10,0% e no Rio de Janeiro, de 10,8.
A mortalidade das crianças menores de 1 ano, é um importante indicador da condição de vida socioeconômica de uma região. Apenas oito estados possuem esperanças de vida ao nascer superiores à média nacional (12,4%).
Brasil – A expectativa de vida ao nascer dos brasileiros era de 76,3 em 2018, de acordo com dados publicados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira, 28. São 3 meses e 4 dias a mais que a projeção feita em 2017, o que corresponde a uma alta de 0,4%.
Em média, o brasileiro tem, aos 65 anos, uma expectativa de viver até os 83,8 anos. As mulheres devem viver até 20 anos a mais, chegando aos 85,3 enquanto os homens devem chegar aos 82,1 anos. (Weber Andrade com IBGE e G1 Espírito Santo)