Neste começo de ano o feijão carioca atingiu o pico de preços em quase dois anos e, de acordo com dados do Instituto Brasileiro do Feijão, foram registrados negócios acima de R$ 300 a saca nesta quarta-feira, 6. Perdas de produção por conta de estiagem em importantes estados produtores, como o Paraná, e redução de área plantada explicam o cenário de alta.
Em Barra de São Francisco, o preço médio do quilo do feijão carioca, o mais consumido, passou de R$ 3,37 em dezembro do ano passado, para R$ 7, mas algumas marcas estão custando mais de R$ 8,50.
A dona de casa Rosa Maria Ferreira chegou ao supermercado na manhã desta quinta-feira, 7, e, ao comparar o preço do feijão carioca com o feijão preto, acabou levando o segundo, que estava custando R$ 5,69 o quilo. “Eu não gosto de feijão preto, lá em casa comemos o carioca, mas devido ao preço, vou fazer feijão tropeiro com feijão preto para agradar a família”, avisa.
De acordo com a consultoria Safras&Mercado, há um ano a saca do feijão carioca valia R$ 111,50 e agora está custando em torno de R$ 280 na bolsinha em São Paulo. As cotações do feijão devem continuar subindo, de acordo com Marcelo Lüders, presidente do Instituto Brasileiro do Feijão e dos Pulses (Ibrafe).
“Já há negócios sendo reportados acima de R$ 300/saca principalmente no interior de São Paulo, onde produtores estão vendendo lentamente, Minas Gerais e no entorno de Brasília. A grande maioria dos produtores está fazendo preço médio, mas a expectativa é que os preços possam subir mais dentro do quadro atual de oferta e demanda”, explica.
A valorização do feijão é reflexo das quebras na colheita da primeira safra 2018/2019, que responde por 40% da oferta total prevista para as três safras anuais do grão. De acordo com a Carlos Cogo Consultoria, a área de cultivo recuou 5% na primeira safra 2018/2019, diante dos baixos preços recebidos pelos produtores ao longo do ano passado e do consumo interno enfraquecido.
Segundo ele, essa é a hora de vender. “É um mercado de oscilações bruscas e o melhor é realizar lucro nestas altas esporádicas”, completou. (Weber Andrade com Canal Rural/Uol)