O governador Renato Casagrande voltou a reforçar sua preocupação com a quantidade de respiradores nos hospitais da rede pública do Estado, durante entrevista coletiva, via videoconferência, na noite desta segunda-feira, 13.
Segundo uma pesquisa realizada pelo Núcleo de GeoSaúde do Departamento de Geografia da Ufes, existem 1.468 respiradores disponíveis no Espírito Santo. Desse total, 552 estão na rede pública; 520, em hospitais filantrópicos; e 396, na rede privada. A maior parte desses equipamentos está em Vitória, com 387 unidades. Na sequência, estão os municípios de Vila Velha (249) e Serra (192).
No Hospital Estadual Dr. Alceu Melgaço Filho (Hedamf), existem 03 leitos, sendo 12 deles em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) com respiradores, segundo informações obtidas pelo site ocontestado.com.
O Hedamf atende, em média, 65 mil pacientes por ano, ou seja, cerca de 5,4 mil atendimentos por mês. São realizadas no hospital em torno de 1,1 mil cirurgias anuais, sendo 450 cirurgias eletivas e 650 cirurgias ortopédicas, além de 5 cirurgias ginecológicas mensais, relatou o então diretor do hospital, Gustavo Lacerda, no final do ano passado.
Os dados da pesquisa da Ufes também apontam que várias cidades capixabas não possuem respiradores, como Águia Branca, Brejetuba, Laranja da Terra, Mucurici, Piúma e Vila Pavão.
Com base nos dados da Ufes, a estimativa é de que o Estado tem um respirador para cada 2.700 habitantes. Sobre estes números, Casagrande afirmou que a quantidade de respiradores não é suficiente e que, por conta disso, pretende abrir, até o final de julho, mais de 400 leitos para garantir o atendimento à população.
Porém, segundo o governador do Estado, por enquanto, não tem respiradores para todos estes leitos. A ideia é fazer parceria com empresas, hospitais filantrópicos e universidades, para conseguir mais equipamentos. O governo também segue na busca para comprar os respiradores, que estão em falta no mercado mundial.
“Nossa realidade é ainda melhor que na grande maioria dos Estados, mas ainda é insuficiente perante aos problemas que nós poderemos enfrentar nos próximos dias”, afirmou Casagrande.
O mapeamento foi realizado a partir de dados do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde do Ministério da Saúde e contou com a contribuição de três estudantes de mestrado e sete alunos de graduação da Ufes. O levantamento dos dados foi finalizado em março e divulgado em abril pela universidade. (Weber Andrade com Secom/ES)