Nos últimos anos, o avanço do mosquito Aedes aeypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya, tem feito com que as pessoas busquem alternativas naturais para combatê-lo. Mas as autoridades de saúde alertam para o fato de que não há um produto “milagroso” para acabar com o mosquito. “O melhor mesmo é tomar os cuidados para não deixar água parada onde ele possa proliferar”, alerta a Vigilância Sanitária municipal.
Saiba mais sobre a proliferação da dengue aqui.
Mas, em meio ao desejo de conseguir uma fórmula mágica, muita gente tem recorrido a plantas como a citronela (uma erva capaz de espantar o mosquito), o oleo-de-nim e também a crotolária, que é uma leguminosa capaz de atrair as libélulas, insetos capazes de eliminar o mosquito, proque se alimenta dos ovos e larvas do mesmo.
No entanto, especialista afirmam que é preciso cuidado com a crotolária em locais onde haja crianças, porque o consumo da planta pode causar intoxicações.
A engenheira agrônoma Cinthya Cominesi, da Associação Clube Amigos da Terra de Sorriso (MT), foi quem mais difindiu o uso da crotalária. A ideia surgiu após um congresso de produtores rurais, em que outros profissionais compartilharam com Cinthya experiências bem sucedidas no uso da planta para reduzir a incidência de mosquitos na criação de gado. Munida da informação, a engenheira voltou para Sorriso, com a proposta de testar a eficácia da planta na mitigação do Aedes aegypti.
Oprojeto idealizado pelo Clube Amigos da Terra visitou propriedades de produtores rurais do município matogrossense distribuindo mudas da planta e também conscientizando-os sobre os cuidados com a limpeza e manutenção dos terrenos, com o intuito de eliminar possíveis criadouros.
A lógica por trás do uso da crotalária é simples. A flor atrai libélulas, insetos com hábitos semelhantes ao dos mosquitos. Ambos colocam ovos em locais com água parada. No entanto, as libélulas se alimentam dos próprios mosquitos, bem como de seus ovos e suas larvas.
A ideia é atrair um predador natural para reduzir a incidência e exterminar a reprodução de mosquitos transmissores de doenças. Além do trabalho de conscientização feito com os produtores rurais, os agentes de saúde também colaboram com a distribuição gratuita das mudas de crotalária a toda a população de Sorriso.
Tóxica – A crotalária é tóxica e pode causar graves infecções no fígado. O maior risco está na ingestão das sementes que, se forem absorvidas pelo organismo em grande quantidade, pode provocar morte súbita.
Já a ingestão a longo prazo, pode ocasionar cirrose e até câncer. “A planta toda é tóxica. Quem tem crianças em casa deve ficar atento porque até a folha pode fazer mal”, alerta.
Por isso, ele diz que é fundamental orientar a população durante a distribuição das sementes em ações de combate à dengue ou mutirões.
“A crotalária é uma planta ornamental e é tão nociva quanto o confrei e a mamona, mas também não podemos colocar medo nas pessoas. Basta tomar cuidado, principalmente com as crianças”, destaca. (Weber Andrade com site campograndenews.com.br)