No próximo dia 25 de novembro, está prevista a realização, em Barra de São Francisco, do Fórum Rota 381, continuidade da mobilização regional lançada pelo prefeito de Barra de São Francisco, Enivaldo dos Anjos (PSD), em março. Na oportunidade o CEO da Petrocitty, José Roberto Barbosa vai expor para as lideranças políticas e empresariais do Norte e Noroeste do Espírito Santo e leste de Minas Gerais o impacto que essas ferrovias terão sobre a região.
“Barra de São Francisco vai se transformar no maior hub logístico do País, onde a Unidade de Transbordo e Armazenagem de Cargas fará a interligação das cargas entre a Ferrovia JK e a EFMES, com destino a São Mateus, ou mesmo de cargas do Vale do Aço para o Centro do Brasil, além de cargas que chegarem no porto para serem interiorizadas”, disse José Roberto.
O anúncio do início da duplicação da BR 101, começando com o trecho entre Serra e João Neiva, no trevo com a BR 259, também foi recebido com otimismo por José Roberto. “Como os projetos das ferrovias são para os próximos 10 anos, é o tempo também de a duplicação da BR 101 chegar à divisa com a Bahia, o que permitirá uma perfeita integração dos modais rodoviário, ferroviário e marítimo, pois há um movimento para duplicação também da BR 381 entre São Mateus e Governador Valadares”, salientou Barbosa.
Nova ferrovia
A nova ferrovia que a Petrocity quer construir, chamada de Planalto Central, terá 530 km e vai ligar Unaí, maior produtor de grãos de Minas Gerais, e Campos Verdes, no centro produtor de Goiás, a um investimento previsto de R$ 5,3 bilhões. Anteriormente, a empresa já havia feito solicitações de autorização para construir a Estrada de Ferro Minas-Espírito Santo (EFMES), com 420km ligando o Vale do Aço a São Mateus e previsão de R$ 4,1 bilhões, e a Ferrovia Juscelino Kubtschek, com 1.200km ligando Brasília a Barra de São Francisco, com investimento de R$ 14,22 bilhões.
São 20 milhões de toneladas de grãos previstos para serem transportados por ano até Barra de São Francisco, de onde a carga irá para o Centro Portuário de São Mateus através da Estrada de Ferro Minas-Espírito Santo, e daí para o mundo.
Este é o objetivo do terceiro projeto apresentado pela Petrocity Ferrovias, a Ferrovia Planalto Central, com pedido de autorização ao Governo Federal dentro da modelagem do novo Marco Ferroviário, estabelecido pela Medida Provisória 1065/2021, que vence nesta quinta-feira (28), mas pode ser renovada.
Com isso, a empresa fecha um ciclo de logística que visa aos segmentos de grãos (especialmente milho e soja), aço e minério de ferro, mas também cargas gerais, tanto para exportação quanto para distribuição a outros centros por meio do transporte de cabotagem. Da Planalto Central as cargas entram por transbordo em Brasília para a Ferrovia JK até Barra de São Francisco.
“É tanta riqueza de cargas que vai faltar porto no litoral capixaba”, disse o presidente da Petrocity Group, José Roberto Barbosa da Silva que passa a semana em Brasília entre a sede da Petrocity Ferrovias e a Associação Brasileira de Executivos de Logística e Atividades Portuárias (Abelap), onde também é presidente, com passagens por instâncias políticas decisivas da capital federal. O porto da Petrocity em São Mateus está projetado para 18,5 milhões de toneladas por ano.
Marco Ferroviário
José Roberto participa como palestrante, no dia 11 de novembro do Fórum Novo Marco Ferroviário, a ser realizado online e reunindo as maiores autoridades nacionais do setor. “Todas três ferrovias já têm estudos de viabilidade econômica e, assim que obtivermos as autorizações, vamos partir para a consolidação dos projetos e captação de investidores”, salientou.
O Governo Federal está entusiasmado com os projetos privados para o setor. O Ministério da Infraestrutura informou que a previsão de investimento bateu a marca de R$ 100 bilhões com a entrada de dois novos projetos, já incluídos no mapa divulgado pela pasta.
De acordo com o governo, 19 pedidos de autorização já passam por “análise de viabilidade locacional” junto à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Os 23 requerimentos apresentados envolvem 12 grupos de investidores privados interessados em aportar recursos no setor.
Além do projeto da Petrocity, a outra empresa a apresentar pedido de autorização, mais recentemente, é a Minerva Participações e Investimentos S.A. A companhia pretende construir o trecho de ferrovia com 571,3 quilômetros de extensão, conectando os municípios de Açailândia (MA) a Barcarena (PA). Neste caso, é o primeiro pedido da empresa, que pretende criar uma nova alternativa de escoamento da Ferrovia Norte-Sul (FNS). O ramal ferroviário deve receber R$ 5,71 bilhões em investimentos.
O prazo de votação da MP 1.065/21, que estabelece o novo Marco Ferroviário, se encerra nesta quinta-feira (28).
Segundo o jornal Valor Econômico, especializado em economia, mesmo com a possibilidade de renovação do prazo, a medida provisória concorre com outra proposta legislativa semelhante, aprovada em setembro no Senado e atualmente analisada na Câmara dos Deputados — trata-se do PLS 261/18, proposto pelo senador licenciado José Serra (PSDB-SP). (Da Redação com José Caldas da Costa)