Uma passeata com cerca de 100 pessoas, a maioria moradores de Águia Branca e jogadores da base do Real Noroeste Futebol Clube percorreu as ruas de Barra de São Francisco nesta manhã de quinta-feira, 27, exigindo a prisão do motorista de ambulância João França, acusado de ter assassinado, há cerca de quatro meses, o ex-cunhado dele, Ismael Olímpio da Rocha, irmão do presidente do Real Noroeste, Flares Olímpio da Rocha.
A passeada foi liderada pela diretora da Associação de Mães e Familiares de Vítimas de Violência no Espírito Santo (AMFVV/ES), Maria das Graças Narcot, que ia à frente do cortejo, montada em um carro de som, e gritando palavras de ordem.
Narcot exigia a prisão de João França ou da irmã dele, viúva de Ismael (veja história mais abaixo), para que ela revele o paradeiro do suposto assassino. Ele também criticou o Governo do Estado, pela falta de delegados na região e disse que a polícia, “quando quer, prende”.
A manifestação, ainda segundo a organizadora era em repúdio à situação de insegurança, devido ao elevado índice de violência registrado nos municípios da região noroeste.
Marcado para iniciar às 9h, no bairro Irmãos Fernandes, a passeata só começou por volta das 10h, saindo das proximidades do muro da Escola Estadual Governador Lindenberg, na avenida Jones dos Santos neves e chegando até a esquina da rua Juiz Thaurion Pimentel, de onde o cortejo retornou pela avenida Prefeito Manoel Vilá até a praça Senador Atílio Vivácqua e seguindo até a porta do Fórum Danton Bastos.
História – Ismael é irmão do presidente do Real Noroeste, Flaris Olímpio da Rocha, que acompanhou a passeata de dentro de um veículo.
Segundo relato da família Ismael foi assassinado, no dia 27 de março desse ano e teria “conotação desconhecida”, Ele morava com a irmã de João França, Joelva Neppel e teria levado para a propriedade onde foi morto, 35 cabeças de gado que teria recebido de herança do seu pai, já falecido. A mulher teria pedido a separação mas impediu que houvesse a retirada dos animais.
Ainda segundo a família dele, Ismael tinha uma liminar da Justiça, que concedia-lhe o direito de retirar o gado da propriedade da família de sua companheira. Ela teria ido até a Justiça e afirmado que Ismael não tinha gado algum na propriedade de seus pais e Alegado que os animais eram de propriedade de seu irmão João França Neppel.
Segundo declaração dos irmãos da vítima, a Justiça teria revogado uma liminar, permitindo que Ismael fosse ao local apenas para cuidar dos animais. No dia 27 de março, quando ele foi ao curral curar uma vaga que apresentava sinais de “bicheira”, encontrou bezerros mortos por falta de cuidados. Nesse dia, a vítima foi ao local por volta do meio dia, com a finalidade de não encontrar com parentes de sua ex-companheira.
Ismael teria sido morto com vários tiros à queima-roupa, segundo a família, por elementos que colocaram ao lado do corpo, (lado esquerdo), um facão, alegando legítima defesa. O detalhe é que Ismael era destro e não canhoto. Ele teria sido executado com uma bala para cada animal que tinha na propriedade.
Outro lado – A morte de Ismael ocorreu no Assentamento Rosa de Sharon. Segundo ao Polícia Militar, ele teria sido vítima de um ex-cunhado e motorista de ambulância da prefeitura de Águia Branca, João França.
De acordo com a ocorrência policial, há cerca de três meses, a vítima separou-se da irmã de João França e esta, inclusive, havia requerido medida protetiva contra Ismael.
De acordo com o boletim de ocorrência, na quarta-feira, 27 de março, Ismael foi até a propriedade do ex-cunhado João França, onde também reside sua ex-esposa e, de posse de um facão, teria ido até o curral onde se encontrava João França e disse que iria resolver naquele momento as divergências que eles tinham. “Então Ismael teria ido em direção de João França, que de posse de uma arma de fogo disparou várias vezes contra ele”, descreve o boletim de ocorrência.
O autor do crime fugiu do local e até o momento não foi localizado pela polícia. (Weber Andrade com informações do 11º BPM)