O governador do Espírito Santo Paulo Hartung saiu do MDB e disse a interlocutores que não pretende mais disputar eleições. A desfiliação do partido aconteceu na tarde desta quarta-feira, 7 e o governador, em nota, alegou “motivo de ordem pessoal”.
Hartung vai terminar o terceiro mandato à frente do governo do estado sem filiação política, segundo informou a assessoria de imprensa dele.
Ao contrário do que afirma o texto do site G1 publicado nesta quarta-feira, Hartung não ficou 39 anos filiado ao Movimento Democrático Brasileiro (MDB) no Espírito Santo. Em junho de 1988 ele deixou o PMDB e ingressou no Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), tornando-se um dos membros fundadores do partido no Espírito Santo. No fim de 1988 tomou parte dos trabalhos de elaboração da nova Constituição estadual.
De 1989 a 1990, foi vice-líder da bancada do PSDB na Assembléia Legislativa e presidiu a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Educação no Espírito Santo. Em 1989 passou a participar da Comissão Constitucional da Assembléia Estadual Constituinte do Espírito Santo, chegando a ocupar a posição de líder da bancada do PSDB de 1990 a 1991.
Na sessão da Câmara dos Deputados de 29 de setembro de 1992, votou a favor da abertura do processo de impeachment do presidente Fernando Collor de Melo, acusado de envolvimento num amplo esquema de corrupção. Collor foi acusado de crime de responsabilidade por ligações com um esquema de corrupção encabeçado pelo tesoureiro de sua campanha presidencial, Paulo César Farias.
Afastado da presidência logo após a votação na Câmara, Collor renunciou ao mandato em 29 de dezembro de 1992, pouco antes da conclusão do processo pelo Senado, sendo efetivado na presidência da República o vice Itamar Franco, que já vinha exercendo o cargo interinamente desde 2 de outubro.
Eleito prefeito de Vitória pelo PSDB em outubro seguinte, Paulo Hartung renunciou ao mandato de deputado em 1º de janeiro de 1993 para receber a prefeitura do seu antecessor Vítor Buaiz, do Partido dos Trabalhadores (PT).
Tendo pleiteado a indicação do PSDB para concorrer ao governo capixaba em outubro de 1998, teve seu nome preterido pelo de José Inácio Ferreira. Assim, acabou disputando uma vaga no Senado naquele pleito, por indicação expressa da executiva regional do PSDB. Essa decisão contrariou o desejo do presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, que preferia que os tucanos do Espírito Santo apoiassem a candidatura à reeleição do senador Élcio Álvares, do Partido da Frente Liberal (PFL), tendo em vista a aliança nacional entre esta agremiação e o PSDB em torno da candidatura presidencial.
Vitorioso no pleito, Paulo Hartung assumiu sua cadeira no Senado em fevereiro de 1999. No mês de agosto de 1999, passou a atuar como membro titular da comissão de combate à pobreza.
Em outubro de 2001, já pensando nas eleições seguintes para o governo do Espírito Santo, transferiu-se para o Partido Socialista Brasileiro (PSB), e em outubro de 2002, foi eleito ainda no primeiro turno, governador do estado.
Em novembro do ano seguinte, Hartung filiou-se outra vez ao PMDB. De volta à legenda buscou a reeleição para o governo capixaba em outubro de 2006, sendo novamente bem-sucedido, vencendo o pleito ainda no 1º turno, com mais de 77% dos votos válidos.
Em 2010, durante a campanha eleitoral para sua sucessão, apoiou Renato Casagrande, candidato do Partido Socialista Brasileiro (PSB), eleito governador capixaba no primeiro turno, com 82,30% dos votos válidos. Com o término de seu mandato, em janeiro de 2011, Hartung voltou a atuar como economista e, além disso, tornou-se palestrante, dedicando-se a falar sobre política, economia, educação e empreendedorismo.
No mês de junho de 2014 teve sua candidatura ao governo estadual confirmada pelo PMDB para as eleições gerais de outubro, em que teve como seu principal adversário o então governador pesebista Renato Casagrande, candidato à reeleição. Durante os debates eleitorais, Hartung teria citado à imprensa seu arrependimento por ter apoiado Casagrande, afirmando que sua candidatura seria, nesse sentido, uma oportunidade de corrigir um erro do passado. Votado por 1.020.440 eleitores (53,44% dos votos), Paulo Hartung foi eleito, ainda no primeiro turno, para assumir o governo do Espírito Santo pela terceira vez, com vantagem superior a 10% sobre Renato Casagrande, que obteve 751.293 votos (39,34% da votação).
Fim de carreira – Ao término deste governo, Hartung disse, em nota, que vai se dedicar à atividade privada e ao trabalho voluntário ligado à formação de lideranças e melhoria da educação básica no país.
“Acredito na política como ferramenta civilizatória e transformadora. Vou continuar debatendo questões prioritárias para o país”, adianta o governador capixaba, que venceu no primeiro turno as três eleições que disputou para o Governo Estadual.
De acordo com o presidente do diretório estadual do MDB, Lelo Coimbra, a decisão de desligamento de Paulo Hartung com o partido era sabida, uma vez que o governador já havia comentado internamente sobre o desejo de deixar de disputar processos eleitorais.
O deputado federal contou ainda que, na manhã desta quarta-feira, 7, recebeu uma ligação de Paulo Hartung informando-o definitivamente sobre a decisão.
“Ele entrou em contato comigo dizendo que estava envolvido com a organização da vida dele no ambiente privado. Hartung está conversando com interlocutores nacionais na esfera privada e dentro dos quesitos para esses projetos que ele tem é a não vinculação política partidária. Em razão disso, ele precisa se desligar do partido. (Weber Andrade com G1 e assessoria do governador)