A Petrobras anunciou aos seus clientes queda média de 4% no preço do litro da gasolina vendido em suas refinarias. O preço do óleo diesel não foi reajustado, segundo a empresa. A Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) informou que a queda do preço, válida a partir desta sexta-feira, 31, foi de R$ 0,0692 por litro.
“Eu não esperava (alteração no preço da Petrobras). O mercado está muito volátil, com o câmbio subindo e a mudança na especificação da gasolina”, afirmou Sérgio Araújo, presidente da entidade.
A redução vem junto com a iniciativa da estatal de começar vender aos distribuidores a gasolina com octanagem RON 93, que passa a ser obrigatória a partir de janeiro de 2022 em todo o País, segundo as novas regras da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
A Resolução 807/20, da ANP, entra em vigor na próxima segunda-feira, dia 3. A regra estabelece uma octanagem mínima de 92 pela metodologia Research Octane Number (RON), a mesma já existente na Europa.
A diretora de refino e gás natural da Petrobras, Anelise Lara, disse que o litro da gasolina tende a ficar mais caro a partir de agosto, com a entrada em vigor das novas especificações do derivado. Segundo ela, contudo, o aumento do preço do litro deve ser compensado por uma maior eficiência no consumo dos combustíveis pelos carros.
“Como praticamos o preço de paridade de importação, ela (gasolina com maior qualidade) será mais cara, se comparada à atual. O preço de paridade vai ser um pouco mais elevado, mas isso vai ser compensado, porque ela será mais eficiente. Em termos finais de custo, acreditamos que será mais positivo (para o consumidor), porque poderá rodar mais com menos”, afirmou ela, ao participar de evento online.
Anelise destacou que as refinarias da Petrobras já estão preparadas para atender a nova regulamentação da qualidade da gasolina, aprovada em janeiro pela Agência Nacional do Petróleo (ANP).
Diesel verde
A diretora afirmou também que a viabilidade econômica do diesel renovável — tecnologia patenteada pela empresa que permite produzir o derivado a partir do coprocessamento de petróleo com óleos vegetais nas refinarias — dependerá da regulamentação do novo produto.
A estatal brasileira defende, junto à ANP, que a comercialização do diesel verde, que começará a ser testado na refinaria Repar, em Araucária (PR), a partir de julho, possa gerar créditos de descarbonização (Cbios) — instrumento do programa federal RenovaBio para a compensação de emissões de gases de efeito estufa. Cada CBio equivale à redução de emissão de 1 tonelada de carbono resultante da substituição do consumo de combustíveis fósseis por renováveis.
“Para que eles (diesel verde e bioquerosene de aviação) sejam economicamente viáveis, precisam ser regulamentados. Esse é o ponto mais relevante para a gente seguir com a produção de diesel verde”, afirmou a executiva, durante evento on-line.
O RenovaBio estabelece metas de emissões para cada distribuidora de combustível, que deve adquirir os CBios dos produtores de combustíveis renováveis. (Weber Andrade com Agência Brasil e G1 Economia)