Toda equipe esportiva tem aquele torcedor fanático, especial, e que é notado por todos que convivem no dia a dia do clube. Com o time de futebol americano do Tigres, de Ipatinga, não é diferente. Felipe Amorim leva a equipe do Vale do Aço no peito. O rapaz, que é portador de síndrome de down, virou integrante definitivo do clube e até já marcou um touchdown, em uma encenação na partida do Tigre diante do Bulldogs, de Betim.
“Normalmente o Felipe entra com o equipamento do time, tem uma encenação antes no jogo, ele entra com a bandeira do Tigres. É o nosso torcedor mais fanático. Na hora do jogo ele fica do lado de fora, junto com o grupo. Geralmente o presidente do clube combina uma jogada ensaiada com o time adversário, eles concordam, nós fazemos a jogada, o Felipe sai e o jogo continua”, explica Carlos Amorim, pai do Felipe.
Torcedor do time desde 2013, quando o irmão dele, Bruno, passou em uma seletiva do clube, Felipe sempre acompanha os jogos e os treinos da semana do Tigres. Ele é considerado o 12° jogador para a comissão técnica, que fala do garoto com orgulho de conquista.
“Eu comecei o time 10 anos atrás e não via a perspectiva de onde íamos chegar. Hoje já temos metas mais bem traçadas, somos uma empresa. Quando a gente começa a colher esses frutos e vê que temos torcedor de verdade, existem pessoas que tem o prazer de ir no estádio ver a gente jogar e, principalmente no caso do Felipe que dorme com a nossa bandeira, vive com a nossa camisa… então isso é um peso pra gente que estamos à frente do projeto”, expressa Douglas Moreira, presidente do Tigres.
Superação – Em uma viagem de férias, no fim do ano passado, Felipe havia contraído uma pneumonia que evoluiu para síndrome da angústia respiratória aguda (SARA). Ele ficou 25 dias internado no CTI do hospital, onde recebia apoio constantemente de cada jogador do Tigres. O momento reforçou ainda mais os laços de amizade e companheirismo com o garoto.
“Então ele entrou no CTI, o pulmão parou de funcionar, coração parou de bater e o médico disse que não havia chance. Nós moramos 25 dias dentro de um CTI com ele. Pra gente foi complicadíssimo. Quando ele estava inconsciente no hospital, cada jogador gravou vídeos dando força para ele lá do CT, e o médico deixava que nós colocássemos isso no ouvido dele, mesmo sedado. Quando ele recuperou, ele pode ver os vídeos tranquilo e acho que isso estimulou muito o Felipe. Ele voltou com a corda toda, ele está muito mais estimulado, treinando. É um outro Felipe, muito diferente. Ele nasceu de novo. Quando nós saímos do CTI, o médico nos chamou e disse que, com certeza, não foi a medicina que salvou o Felipe”, lembra emocionado Carlos Amorim.
O próximo compromisso do Tigres pelo Campeonato Mineiro de Futebol Americano será contra o Forgeds, no dia 7 de abril, em Nova Serrana. O pai de Felipe revelou ao GloboEsporte.com que o garoto deve viajar com o grupo e, possivelmente, realizar mais uma participação pela equipe. (Globo Esporte/Inter TV dos Vales)