O projeto de recuperação e preservação de nascentes do rio Itaúnas, em Barra de São Francisco, foi retomado oficialmente no domingo, 10, com foco na manutenção das cercas já feitas em mais de 60 nascentes.
O líder do Comitê de Defesa da Bacia do Rio Itaúnas e coordenador do projeto, José Carlos Alvarenga, o Carlinhos, esteve na propriedade de dona Januária Jacinto e família, na semana passada observando as condições das nascentes já cercadas e preparando para terminar a cerca de uma delas, paralisada no final de 2019.
Ontem, 17, cerca de 10 voluntários estiveram no local e conseguiram praticamente terminar o cercamento de uma nascentes em um espaço de cerca de 2 hectares.
Na oportunidade, Carlinhos informou que, de comum acordo com as demais entidades parceiras do projeto, será formada uma comissão que ficará encarregada de visitar os proprietários rurais e mostrar os benefícios do projeto para as propriedades e para a sociedade francisquense como um todo.
“Na verdade, proteger e preservas as nascentes é uma obrigação legal, estabelecida em lei federal, mas, o mais importante para nós é obtermos o engajamento voluntário dos proprietários rurais neste projeto fundamental para as futuras gerações”, explica Carlinhos.
O projeto foi paralisado no final de 2019 por causa da chuvas e não retornou em 2020 devido à pandemia da Covid-19. Como a maioria da população adulta já está imunizada com a primeira e segunda dose, o grupo de voluntários decidiu retornar ao trabalho, como foco na manutenção das nascentes já cercadas.
Em reunião no início do ano, na Igreja Católica do córrego Boa Sorte, representantes das comunidades e regiões beneficiadas pelo projeto de recuperação e preservação de nascentes do rio Itaúnas, decidiram, por unanimidade, continuar com o projeto ao longo deste ano, apesar da pandemia causada pelo coronavirus.
A reunião contou ainda com a presença do engenheiro de Minas da Thorgran, Everton Girelli, que reafirmou o compromisso da empresa em dar sustentação ao projeto, fornecendo os materiais para a construção das cercas, ferramentas e a logística.
“A Thorgran e suas empresas associadas, têm o compromisso, de concluir o projeto, pois trata-se de um acordo ambiental, em que a empresa faz a compensação pelos danos ambientais provocados pela extração do granito”, pontuou Girelli, que também é voluntário no cercamento das nascentes.
Após o trabalho de avaliação e reparo das nascentes já cercadas, os voluntários pretendem retomar o cercamento de cerca de mais de 20 nascentes georreferenciadas e ainda não cercadas. “Esse trabalho poderá ser retomado lá ainda este ano ou a partir do ano que vem, quando passar o período chuvoso, e já deveremos ter a vacina contra a Covid-19 para todos”, disse Carlinhos.
Saiba mais
Primeiras nascentes cercadas na região do Itaúnas mostram forte recuperação de água em três anos
Iniciado em março de 2017 – antes a Thor Granitos chegou a patrocinar o cercamento de 8 nascentes – a previsão inicial do projeto era de cercar 89 nascentes, todas já georeferenciadas e com o cercamento autorizado pelos proprietários rurais, mas o sucesso do empreendimento atraiu mais proprietários rurais que querem preservar suas nascentes e se houver continuidade, o número pode ultrapassar cem nascentes protegidas.
“Se as pessoas soubessem o quanto é bom e gratificante esse trabalho voluntário, teríamos muito mais gente aqui”, comenta o engenheiro de Minas da Thor, o gaúcho Everton Girelli, que esteve visitando nascentes já cercadas e também o trabalho que estava sendo realizado na propriedade do casal Gilmar Xavier e dona Creuza, no córrego da Peteca.
Voluntariado
Carlinhos, que é o principal responsável pela ação e tem coordenado os trabalhos desde o início, destaca que, o mais importante neste projeto são os proprietários de terra, que estão se conscientizando do problema da água e liberando cada vez mais espaço para preservação de nascentes.
“Temos que agradecer, principalmente, aos proprietários das terras que liberaram para cercar as nascentes e ajudam, inclusive no trabalho”, salienta ele, frisando que a oportunidade de convívio de pessoas de várias classes sociais e categorias profissionais acrescenta um diferencial importante ao projeto. “A gente acaba fazendo muitas amizades, aprendendo muito com as pessoas, enfim, é um troca de experiências muito rica”, define.
O ex-prefeito Alencar Marim, outro entusiasta do projeto, também já esteve participando da ação. “Vejo esse trabalho como fundamental para a preservação da água do rio Itaúnas, nossa principal fonte de abastecimento. Quero parabenizar a todos que participam do projeto e convidar amigos e amigas a se unirem a eles nessa empreitada” convida Alencar. (Weber Andrade)
Parabéns a todos os envolvidos e parceiros do projeto!
Sem água não há desenvolvimento social e econômico.
Todos somos dependentes da natureza para a garantia da preservação da vida de todos os seres vivos!
Nós, os humanos, soma apenas uma das espécies..formamos a cadeia alimentar e dependemos das demais para a manutenção do equilíbrio da biodiversidade planetária!!
Água é o elemento indispensável para a perpetuação da vida no planeta.