Devido ao risco de rompimento de mais uma barragem em Brumadinho, as buscas por sobreviventes da tragédia de sexta-feira, 25, estão temporariamente interrompidas. As vítimas estão sendo levadas para áreas mais altas dentro da própria comunidade que não são afetadas com o possível rompimento, conforme planejamento do plano de emergência de barragem.
A barragem da mineradora Vale se rompeu na sexta-feira em Brumadinho (MG), e um mar de lama destruiu casas da região. Rejeitos atingiram a área administrativa da companhia e parte da comunidade da Vila Ferteco.
Até o momento, há confirmação de 34 mortos; oito foram identificados. Os trabalhos de resgates devem durar semanas. A Vale confirma 252 desaparecidos entre seus funcionários e terceirizados.
Conceição Emília Aguiar, de 52 anos, conta que estava dormindo e acordou com o toque da sirene hoje. Segundo ela, policiais pediram para quem vive em casa mais na beira do rio deixassem os imóveis. Ela conta também que inicialmente começou a circular o boato de que a barragem teria se rompido. “Agora é ficar esperando em alerta, né, ver o que vai acontecer”, disse.
A agente de saúde Raiane Cristian de Resende, de 28 anos, também ouviu as sirenes e saiu de pijama. “Pegamos água, biscoito, a gente não sabe o que pode acontecer.” Ela, o pai, a mãe, a irmã, irmão e dois sobrinhos vieram em um carro para a UBS do Parque da Cachoeira, na parte alta da região. “Cedinho foi todo mundo no desespero. Passou uma caminhonete do vizinho buzinando e avisando todo para sair”. Ela mora há 20 anos no lugar e disse que nunca fizeram treinamento de evacuação. (Weber Andrade com G1 Minas Gerais)