A prevenção de doenças sexualmente transmissíveis, como a Aids continua sendo o foco do setor de Saúde no Espírito Santo para o período do Carnaval. Na semana passada o governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), lançou a campanha de Carnaval, com o título “Carnaval com camisinha é bem melhor”, a ação distribuiu 32,1 mil preservativos anexados aos exemplares do jornal Metro, na Grande Vitória.
Para esta semana a Sesa irá distribuir mais um milhão de preservativos para os 78 municípios do Espírito Santo. A Sesa também irá distribuir durante 31 mil folderes sobre Aids e 35 mil folderes sobre hepatites durante o Carnaval.
Aids – No Espírito Santo, uma média de 1,2 mil novos casos de infecção pelo HIV têm sido registrados por ano nos últimos quatro anos. Esse número de diagnóstico é maior do que os números registrados até 2014, quando a média de novos diagnósticos era de aproximadamente 500 casos.
No ano de 2018, em uma análise parcial dos dados, o Estado registrou 1.101 novos casos de pessoas infectadas pelo vírus. Em 2017, foram registrados 1.255 novos casos da doença. Até 2018, um total de 11.980 pessoas que vivem com HIV/Aids estavam em tratamento com antirretrovirais nos Serviços Especializados do Espírito Santo. Os dados são do Boletim Epidemiológico IST/Aids nº 33.
O documento aponta que mesmo com números do aumento de casos novos de HIV, a taxa de detecção de Aids caiu 10,5% no Espírito Santo, já a taxa de mortes provocadas por complicações da doença caiu em 19,6% nos últimos cinco anos (em 2014 a taxa de mortalidade foi de 6,6/100.000 habitantes, e em 2017, 5,3/100.000 habitantes). De acordo com o Ministério da Saúde, esta redução se dá pela ampliação do acesso à testagem e pela redução do tempo entre o diagnóstico e o tratamento precoce.
Segundo a coordenadora do Programa DST Aids da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), Sandra Fagundes Moreira, é preciso reforçar as ações de conscientização para reduzir a transmissão da doença. Incentivar o uso de preservativos em todas as relações sexuais, aumentar o acesso do paciente aos serviços de saúde nos municípios, aumentar o acesso aos testes rápidos para o diagnóstico precoce são atividades que melhoram o atendimento e manutenção do tratamento. “Com o tratamento precoce, e boa adesão aos medicamentos antirretrovirais, pessoas HIV positivas não desenvolverão a doença (AIDS), portanto terão sua carga viral indetectável, melhor qualidade de vida, e redução da transmissão sexual do vírus HIV”, disse Sandra.
Os números do Espírito Santo – No Estado, no período de 1985 a dezembro de 2018 (dados parciais, sujeitos à revisão), foram notificados 15.570 casos de HIV/AIDS, sendo 10.441 do sexo masculino (67,0%) e 5.130 do sexo feminino (33,0%), com 72% dos casos devido à transmissão sexual do HIV.
“Além da Aids, também temos que nos preocupar com a sífilis e as hepatites. Temos que melhorar o acesso do paciente ao tratamento no município. É isso que chamamos de atenção à saúde”, disse Sandra.
Ainda de acordo com a coordenadora, o número de casos novos de sífilis em adultos triplicou nos últimos seis anos, em 2012 foram 1.469 casos, e em 2018 foram diagnosticados 4.538 de sífilis adquirida. (Weber Andrade com Sesa/ES)