Weber Andrade*
A última reportagem de uma série de quatro feitas por uma equipe da Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales), mostra como foi a definição das divisas entre os dois Estados. A reportagem foi publicada na última sexta-feira, 25, e pode ser conferida aqui.
Há sete anos, em 15 de setembro de 2013, o então governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB) e o de Antonio Augusto Anastasia (PSDB), estiveram na divisa entre os dois Estados, mais precisamente no distrito de Bananal, em Mantena (MG), para comemorar os 50 anos do acordo de paz assinado pelos governadores Magalhães Pinto e Lacerda de Aguiar, que pôs fim ao litígio entre os dois Estados, chamado de “Guerra do Contestado”.
Foram décadas de litígio, atingindo uma região que cobria quase todo o oeste capixaba, desde Mutum (MG), que chegou a se chamar Marechal Hermes e pertencer ao Espírito Santo, até Ecoporanga, já no extremo norte capixaba, onde surgiu até um novo Estado, – União de Jeová – liderado por um “messias” e que rendeu um dos melhores romances do escritor capixaba Adilson Vilaça.
Este ano, quando se celebra o 57º aniversário do acordo, a Ales, lançou a série de reportagens especiais, na verdade, documentários, baseados nos arquivos capixabas, relatando a história.
links para as quatro reportagens publicadas
https://www.al.es.gov.br/Noticia/2020/09/39907/nos-campos-de-ecoporanga-a-luta-continua.html
https://www.al.es.gov.br/Noticia/2020/09/39837/caminhos-do-ouro-minas-e-mar.html
https://www.al.es.gov.br/Noticia/2020/09/39863/o-messianismo-em-cotaxe.html
As reportagens, que foram publicadas todas as sextas-feiras de setembro, no site da Ales, estforam produzidas pelos jornalistas Aldo Aldesco, que cuidou da pesquisa e dos textos e Nicole Expósito, que fez a edição do material. Outro profissional da área de comunicação da Ales, Lucas Albani, foi o responsável pelas artes e tratamento das imagens, a maioria delas recuperadas em arquivos muito antigos.
Na semana passada, Aldesco, em entrevista ao site ocontestado.com, contou como e porque surgiu a ideia dessa série, que será completada amanhã com a quarta reportagem:
Por que a Assembleia Legislativa está publicando reportagens sobre o Contestado?
Aldo – A Ales tem publicado semanalmente, às sextas-feiras, matérias especiais, não factuais, sobre temas que possam contribuir com informações relevantes para o cidadão capixaba. Agora, estamos tratando do acordo sobre a divisa entre o Espírito Santo e Minas. Outros colegas estão escrevendo sobre outros assuntos.
E no caso do acordo da divisa?
Aldo – No caso das matérias sobre o Contestado capixaba (e mineiro), a pauta surgiu a partir de pesquisas anteriores nos anais da Ales e fundamentadas em estudos e obras já publicados sobre o assunto. A intenção não é se aprofundar no assunto, analisar e trazer hipóteses ou conclusões, como um estudo acadêmico.
Quais são as fontes?
Aldo – Pesquisamos em nosso Arquivo Geral e em outros arquivos públicos. Buscamos mais fundamentação com especialistas e em estudos já realizados. Trata-se apenas de reunir algumas informações relativas às atividades dos deputados na Assembleia Legislativa do Espírito Santo, conectando esses fatos legislativos com as obras sobre o tema, e apresentando o trabalho do parlamentar.
Qual a importância dessas matérias?
Aldo – Entendo (de acordo com a concepção original das chefias à época da decisão) que é mais uma forma de o Legislativo se relacionar com a comunidade capixaba mostrando aspectos históricos das atividades parlamentares, com textos leves e não muito longos, por meio da comunicação pública, do jornalismo para o cidadão. Acredito que os temas abordados, como este do Contestado, sejam um incentivo para as pessoas procurarem fontes históricas, publicações, e se aprofundarem no conhecimento da realidade capixaba de ontem e de hoje. (*Com Aldo Aldesco)