O ex-deputado estadual da Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales), Carlos Roberto Cabalini, morreu na manhã desta terça-feira, 9, em Mantenópolis. Cabalini foi vítima de um infarto fulminante. Deputado estadual eleito em 1990, atuou no parlamento de 1991 a 1995. Era ex-servidor da Assembleia.
Nascido em Alegre, em uma família de músicos, Carlos Cabalini mudou-se ainda criança para Pancas, onde começou a tocar violão aos 15 anos. Foi um dos fundadores do grupo musical Som 13 e também do Sambatuk, nas décadas de 70 e 80. Autodidata, era cantor, compositor e poeta, com livro publicado. Tinha gosto musical é eclético, desde o sertanejo, samba de raiz, bossa nova e tropicalismo.
Poucos dias atrás, Cabalini fez um poema sobre momento vivido na pandemia do coronavírus. (leia abaixo na íntegra).
Durante a sessão ordinária de ontem na Ales foi pedido “um minuto de silêncio” em homenagem póstuma a Carlos Cabalini. Os deputados Janete de Sá (PMN), Enivaldo dos Anjos (PSD) e o presidente Erick Musso (Republicanos) foram alguns dos requerentes.
Nas redes sociais, alguns colegas prestaram homenagens. “Perdemos um homem honrado, inteligente, de bom coração, bom filho, pai, esposo, avô, amigo e conselheiro. Deixa seu legado de tranquilidade, serenidade, amizade e carinho com seu semelhante”, escreveu o também ex-deputado Gilsinho Lopes. (Weber Andrade com Webales)
Poema sobre a pandemia
Antes dessa pandemia
A vida me ensinava
Mas eu não aprendia…
O céu, o mar, a lua, o sol
As estrelas, as florestas
A luz do dia…
Os médicos, enfermeiros,
Garis, motoristas, moto boys
A farmácia, a padaria
Nada disso existia…
Eu enxergava, mas não via…
Os meus filhos, esposa
Minha casa era vazia…
As creches, os asilos, os enfermos
Os drogados, a fome, o frio
Ao morador de rua, ao vizinho
Que as vezes neguei “bom dia “
Até Deus, uma utopia…
E veio a prova final:
O diploma na parede
O automóvel, a casa,
O dinheiro, tudo mais
Que pra mim tanto valia
Nenhuma resposta eu sabia…
Mas na escola do mundo
Todo dia é uma lição
De um conteúdo profundo
Que se aprende com o coração
E nesse grande livro aberto
Tem uma lição escondida:
Quando a morte está por perto
É que entendemos a vida…
(Carlos Cabalini)*
* Poema publicado no Facebook da leitora Ormy N. Ferreira