No início deste ano, o Diário Oficial da União publicou uma resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) que estabelece regras para o funcionamento de clínicas médicas de atendimento ambulatorial, incluindo as chamadas clínicas populares. Conforme explica o relator da norma e 3º vice-presidente do CFM, Emmanuel Fortes, as clínicas médicas de atendimento ambulatorial passaram a ser chamadas de populares porque oferecem serviços médicos a um preço acessível à população. Elas realizam consultas médicas, exames ou procedimentos médico-cirúrgicos de curta permanência institucional, de forma particular ou por convênios privados.
Em Barra de São Francisco, assim como em todo o país, as clínicas médicas populares também têm proliferado diante da incapacidade do Sistema Único de Saúde (SUS) de suprir todas as necessidades de saúde dos cidadãos. Uma dessas clínicas, a Mais Saúde, vem se destacando por oferecer uma gama de especialidades médicas que atende a praticamente todas as áreas.
Os proprietários da clínica, médico Kassiano Faustino e Eliane Pires, explicam que decidiram investir no ramo porque perceberam que, apesar de todos os esforços do município, que tem conseguido melhorar substancialmente o atendimento geral, ainda há uma carência muito grande no atendimento e uma deficiência no tempo de espera, o que é considerado normal no sistema SUS.
“Nós entendemos que os usuários do sistema que têm condições financeiras, mesmo que pequena, para pagar uma consulta, exame ou procedimento fora do SUS tinha carência desse serviço. Hoje, nossa clínica oferece especialidades em todas as áreas, com preços bem mais acessíveis do que nos consultórios particulares e isto tem feito o diferencial para o nosso público-alvo.”
Eles apóiam a resolução do CRM e entendem que o conselho pretende proteger o exercício da medicina e a saúde da população.
Segundo o CFM, não há estudos que apontem quantos estabelecimentos desse tipo existem no Brasil, mas seu crescimento tem sido verificado em diversas cidades, o que pode estar atrelado à crise econômica, que tem forçado as famílias a cortar gastos. Apenas entre setembro de 2015 e setembro de 2016, os planos de saúde registraram queda de 3,1%, percentual que representou a perda de 1,5 milhão de beneficiários no país.
Por outro lado, esse plano é a terceira conquista mais desejada pelos brasileiros, perdendo apenas para educação e casa própria, segundo pesquisa do Ibope, feita a pedido do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS). (Weber Andrade)