A colheita do café conilon teve início quase dois meses antes do previsto e já está gerando emprego na região de Barra de São Francisco e região. A reportagem dos sites ocontestado.com e vozdabarra.com.br conversou com alguns produtores de café nesta sexta-feira, 5 e eles disseram que, devido ao forte calor dos últimos meses o café madurou mais rápido e estava “queimando” no pé, por isso, muitos decidiram antecipar a colheita que, geralmente, começa no final de maio e vai até agosto.
A Coopeavi, de Santa Maria do Jetibá, que tem escritório em Barra de São Francisco e armazém em Vila Valério, publicou em seu site que para alguns produtores a colheita de café começou na segunda quinzena de março. “A fase de colheita precoce inicia, principalmente, no norte do Espírito Santo, onde o clima é mais quente. A quantidade de café colhido ainda é pequena, mas já aquece o mercado cafeeiro”, estima a cooperativa.
Além da maturação mais rápida nessa região, outro motivo para começar mais cedo é a escassez de mão de obra. Em diversos casos, o café é colhido antes da maturação ideal, que é de 75% a 80% dos grãos.
Essa prática de colher antes de chegar ao nível de maturação indicada não é recomendada, já que interfere na qualidade do café e, por consequência, redução no preço final da produção. “Esta colheita antecipada prejudica o rendimento em peso, e em qualidade, provocando os defeitos de classificação conhecidos como pretos e verdes.”, afirma Romeu Campos Delorto, técnico Agrícola da Coopeavi.
Estimativa – O Estado do Espírito Santo, segundo maior produtor de cafés no Brasil, deverá produzir um volume médio equivalente a 13,6 milhões de sacas em 2019, num intervalo estimado de 12,48 milhões a 14,73 milhões de sacas, em uma área de produção estimada em 393,9 mil hectares. Assim, o Espírito Santo deverá ter uma produtividade média de 34,54 sacas por hectare. Tal produção, se confirmada, corresponderá a 26% do total da safra dos cafés do Brasil, a qual está estimada entre 50,48 milhões e 54,48 milhões de sacas, tendo como safra média o volume de 52,48 milhões de sacas de 60kg, numa área de produção de 1,84 milhão de hectares com produtividade média de 28,49 sacas por hectare.
Com essa performance, a produção do Estado do Espírito Santo será composta por 3,23 milhões de sacas de café arábica e 10,37 milhões de sacas de café conilon, o que permite apurar a safra média citada de 13,60 milhões de sacas. Assim, a produção capixaba de café conilon corresponderá a 68% da safra média nacional dessa espécie, que está estimada em 15,34 milhões de sacas. E a produção de café arábica do Espírito Santo corresponderá a 9% da safra dessa espécie em nível nacional, estimada em 37,14 milhões de sacas.
Os números e dados que permitiram essa análise comparativa da produção do Espírito Santo com a produção nacional dos Cafés do Brasil foram extraídos do 1° Levantamento da Safra de Café de 2019, da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o qual está disponível na íntegra no Observatório do Café do Consórcio Pesquisa Café, coordenado pela Embrapa Café, e também na seção da Safra Brasileira de Café, no site da Conab. (Weber Andrade)