O deputado Enivaldo dos Anjos (PSD) entregou, na sessão ordinária desta quarta-feira, 17, a liderança do Governo na Assembleia Legislativa (Ales). O parlamentar registrou que a decisão cumpre a Resolução 5.956/2019, de sua própria autoria, que fixou validade de seis meses para a função.
“Quero agradecer a todos os parlamentares o apoio e compreensão durante esse período. Aprovamos cerca de 35 proposições encaminhadas pelo governador, algumas sem emendas, o que mostra uma estabilidade na relação entre os poderes”, registrou o parlamentar.
O novo líder será indicado pelo governador. “Sabemos que essa missão é difícil. Tentei ter o máximo de compreensão possível com as colocações dos parlamentares e é isso que espero do próximo líder. Nós vamos aguardar a indicação do governador”, finalizou Enivaldo.
A vice-liderança é do deputado Dary Pagung (PSB). O vice-líder também falou da experiência de Enivaldo e do respeito que os demais deputados têm por ele.
Apesar de ter deixado formalmente a liderança do Governo Casagrande, o retorno de Enivaldo dos Anjos ao cargo deverá acontecer em breve. Indícios dessa volta foram dados pelos próprios deputados aliados de Renato Casagrande e mesmo de deputados não alinhados.
O primeiro a se manifestar nesse sentido foi o presidente da Casa, Erick Musso (PRB), que manifestou sua gratidão pela colaboração que Enivaldo dos Anjos deu para a eleição da Mesa Diretora atual.
“Como líder demonstrou excelência, espírito aguerrido, um mestre que aprovou quase a totalidade dos projetos do governo, comprovando sua experiência de cinco mandatos e outras funções públicas que exerceu,” elogiou Musso.
Vários outros deputados pediram a permanência do deputado do noroeste capixaba na função de Líder do Governo. Uma das defesas mais contundentes dessa ideia foi o deputado José Esmerando (MDB), considerado um adversário político de Enivaldo.
“É difícil ter alguém em condições de substituir Enivaldo nessa função de liderança. Muitos projetos do governo não passariam aqui se não fosse pela liderança dele”, pontuou José Esmeraldo.
Os mais jovens, principalmente estreantes na Casa, como Torino Marques e Alexandre Xambinho, salientaram a experiência de Enivaldo e a aprendizagem que tiveram com ele nesses primeiros seis meses de mandato. Xambinho chegou a dizer que lideraria um movimento “Fica, Enivaldo” para que o deputado seja mantido na liderança.
Integrante do bloco independente, o deputado Capitão Assumpção também elogiou Enivaldo, assim como governista Luciano Machado, que salientou a personalidade forte e o respeito que Enivaldo tem do plenário. O deputado Carlos Von (Avante), de Guarapari, também se manifestou sobre o bom desempenho da liderança, enquanto o deputado Freitas (PSB) salientou a habilidade de Enivaldo em conduzir as demandas do Governo.
O trabalho do líder também foi elogiado pelos deputados Sérgio Majeski (PSB), Euclério Sampaio, Lorenzo Pasoline e Marcelo Santos, que disse até mesmo não aceitar a renúncia. “Ele vai continuar sendo o meu líder”.
Experiência de Enivaldo dos Anjos
deverá mantê-lo no cargo de líder
A Resolução 5956/2019, publicada no Diário do Poder Legislativo de 27 de março de 2019, foi sugerida à Mesa Diretora pelo próprio Enivaldo e prevê que, a cada seis meses, o governador deverá encaminhar expediente à Assembleia revalidando a indicação do líder ou indicando um outro parlamentar para ocupar a função. Mas a sua saída parece ser apenas para ser coerente com a própria sugestão. Sua experiência como parlamentar e sua forma de agir são respeitadas por todos e Renato Casagrande, certamente, não abrir mão disso. Após entregar o cargo, Enivaldo fez um discurso de despedida.
“Quero agradecer o apoio da maioria dos deputados neste primeiro período. Não tenho ressentimento de ninguém e de nada. Aprovamos 35 projetos encaminhados pelo governador e alguns, muito importantes, como a LDO e o Fundo Soberano, passaram sem qualquer emenda, mostrando a estabilidade deste Poder, que atua antenado com as necessidades do Espírito Santo, ouvindo a voz das ruas e preocupado com o crescimento do Estado”, disse Enivaldo.
O deputado disse, ainda, seja quem for que o Governo indicar depois do recesso terá seu apoio incondicional para obter o mesmo sucesso que ele conseguiu nesse primeiro período: “É uma missão difícil, muitas vezes nem nos manifestamos no microfone para não criar arestas, mas é necessário para que haja a harmonia entre os poderes. Tive a compreensão do plenário e trabalhei também para que fossem acolhidos projetos dos deputados, mesmo com o parecer de inconstitucionalidade da Mesa, para permitir que as ideias fossem discutidas”. (Weber Andrade com Webales e site folhadoes.com)