Todo final de setembro, início de outubro, elas se vestem por inteiro de rosa vivo ou lilás, como se estivessem anunciando o início do Outubro Rosa, mês dedicado ao alerta sobre os perigos do câncer de mama e de colo do útero. Trata-se das sapucaias, árvores nativas do Brasil, que já eram bastante conhecidas e aproveitadas pelas populações que habitavam o Brasil na época da chegada dos primeiros europeus, no século XVI. Elas são utilizadas desde os primórdios da colonização para tratamento de doenças.
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Os europeus sentiram-se atraídos pelas qualidades da planta – útil, exótica e ornamental – e impressionaram-se com suas peculiaridades. A árvore pode atingir até 30 m de altura, o tronco que pode atingir um metro de diâmetro e possui copa densa. Suas folhas caracteristicamente róseas quando jovens, verdes posteriormente formam um maciço de coloração lilás arroxeada. Quando chega a época da floração, verdadeira festa para as abelhas, a sapucaia se transforma: todo o verde da árvore fica encoberto por uma capa cor-de-rosa, um belo espetáculo propiciado pela conjunção das flores arroxeadas e cheias de aroma perfumado, que tomam a copa da árvore com as folhas novas, que também nascem coloridas de rosa ou lilás.
O proprietário rural José Carlos Alvarenga, o Carlinhos, líder do Comitê de Defesa do Rio Itaúnas, tem um exemplar cujas folhas são de um roxo muito forte, na divisa de sua propriedade, às margens do rio Itaúnas e disse que fica encantado com a beleza da árvore nesta época.
Logo acima dele, seguindo para Cachoeirinha de Itaúnas, outro belo exemplar, com flores rosas, pode ser apreciado todos os anos por quem passar pela estrada. A árvore teria sido plantada pelo ex-agente do Incaper, Jairo Braga.
No Brasil, um grande número de árvores pertencem à família botânica das Lecitidáceas, mesma da imponente castanheira-do-brasil ou castanheira-do-pará. As sapucaias caracterizam-se pela peculiaridade de seus frutos. Na forma de urnas, de casca dura e de aparência lenhosa, encerram uma boa quantidade de amêndoas comestíveis e muito apreciadas, que se espalham quando, um a um, os frutos amadurecem e, espontaneamente, seus opérculos se desprendem.
A palavra “sapucaia” tem origem tupi, ainda que existam diferenças nas propostas etimológicas: resulta da união dos elementos sapuca e ia (respectivamente: olho – que se abre – cabaça) – já que ao abrir-se o opérculo do fruto (que é um pixídio) parece que se vê um olho. Por outro lado, há quem considere que “sapucaia” tem origem na palavra tupi “galinha” (elemento de troca entre índios e portugueses que, no início da colonização, as trocavam pelas sementes do fruto – castanhas). (Weber Andrade com sites greenme e cachacasapucaia)
Usos medicinais da sapucaia
- Das suas sementes se extrai um óleo usado na fabricação de pomada para tratamento de lesões da pele (herpes e outras) e também para combater piolhos.
- Estudos revelaram que o óleo extraído da casca da sapucaia tem ótimas propriedades cicatrizantes.
- A cabaça (coco) da sapucaia é preenchida de água pelas populações locais de onde a árvore cresce, para ser usada como remédio natural contra diabetes, pois dizem que ela regula o açúcar no sangue.
- Esta água, conforme o conhecimento popular, também atua como anti-inflamatório.
- As sementes (castanhas) são muito saborosas seja para o homem ou para a fauna local e são também muito saudáveis porque o cultivo da sapucaia não requer uso de agrotóxicos.
- Pesquisas indicam também que as castanhas da sapucaia contêm alto valor nutricional
(site greenme)