“Os hospitais de campanha estão sendo utilizados novamente já que o número de infectados está fora de controle e agora são os mais jovens os mais infectados. Temos uma quantidade enorme de jovens em tratamento intensivo. O número de mortos é grande, mas o maior problema é a quantidade de gente que precisa de hospitais, já que a infecção é mais rápida nessa nova variante da África do Sul que foi encontrada aqui. A variante de maior incidência é a que chamam de inglesa e que infecta em torno de 70% mais rápido, mas com o mesmo poder de infecção, diferente da sul africana que é mais danosa.”
A descrição da francisquense Célia Dela Fuente, radicada na Inglaterra, retrata a situação dos cidadãos que vivem no Reino Unido, após as festas de fim de ano, com uma retomada acelerada do número de infecções pela Covid-19, agravada pelo surgimento de duas mutações do vírus.
Célia que é enfermeira, é casada com um executivo inglês, Vaughan Bristow. Eles vivem em Frome (Somerseth), sudoeste da Inglaterra. Seus dois filhos, Mayra e Kakaio, também residem na Inglaterra desde que ela migrou para aquele país, no início dos anos 2.000.
Recentemente, os números da Covid-19 voltaram a explodir no Reino Unido — mais de 200 mil casos novos por semana. O novo crescimento de casos foi atribuído a uma nova variante do vírus, que surgiu em outubro no Sudeste do país. Especialistas dizem que essa mutação é 70% mais contagiosa. Atualmente o país tem cerca de 2,4 milhões de pessoas já infectadas pela doença e mais de 66,6 mil mortos.
“Estamos todos em casa novamente. Escolas e universidades fechadas, comércios abertos só supermercados (supermercados têm farmácias dentro) com limite de pessoas e filas de espera com dois metros de distância, como no primeiro lockdown. Pubs e restaurantes estão fechados só funciona delivery, álcool só em supermercados, proibido para delivery.”
“A situação é bem complicada, mas a sociedade está ajudando muito seguindo os protocolos de só sair de casa com motivos, manter distância, não receber visitas a não ser de uma pessoa da família por precisar de ajuda. Os ônibus intermunicipais estão parados, trens tem muito poucos rodando e até para comprar passagens precisa provar o motivo urgente da viagem porque tem polícia nas ruas e estradas parando todo mundo”, relata.
Vacina
Quanto à vacinação em massa, Célia disse que a expectativa geral é de que, até março toda a população tenha recebido a vacina.
O Reino Unido começou ainda em dezembro, a vacinação contra a Covid-19, mas com a vacina desenvolvida pelas farmacêuticas Pfizer e BioNTech. No entanto, problemas de logística atrapalharam a campanha e, agora está sendo adotada outra estratégia de vacinação, com a aplicação de duas vacinas. (Weber Andrade com ge)