O secretário de Desenvolvimento, Marcos Kneip, assinou nesta sexta-feira, 22, o laudo que limita a área geográfica de produção de granito para a Denominação de Origem “Noroeste do Espírito Santo”. O laudo, na prática, permitirá que os integrantes da Associação Noroeste de Produtores de Pedras Ornamentais do Espírito Santo (Anpo) tenham um selo de indicação geográfica, o que garante a origem e qualidade do produto.
A busca pela Denominação de Origem vem sendo emprrendida desde 2017 pela Anpo. Em agosto do ano passado, em evento na Câmara Municipal a Anpo apresentou a marca desse novo tempo, o selo de Indicação Geográfica da Denominação de Origem do Granito do Noroeste Capixaba (IG), desenvolvido pelo designer Chico Ribeiro, do Instituto Inovates, que está cuidando de todo o processo de reconhecimento da indicação e foi muito aplaudido por todos.
Na ocasião, o prefeito Alencar Marim, um entusiasta da ideia de desenvolvimento pleno da cadeia do granito na região noroeste elogiou o projeto. “Tudo isso que gente vê de novo, de bom, é fruto de iniciativas inovadoras vindas lá detrás e, será muito bom, daqui há dez, anos ou até menos, poder contar que nós fizemos parte desse projeto, dessa história, que pode trazer tanto desenvolvimento econômico, social e cultural para a nossa cidade”, desejou o prefeito.
Ontem, em Vitória, o secretário Marcos Kneip explicou que o selo de identificação geográfica é uma ferramenta coletiva de proteção e promoção comercial que favorece o fortalecimento econômico da região Noroeste. “A identificação geográfica aumenta o valor agregado dos produtos e estimula a melhoria qualitativa, já que serão submetidos ao controle de qualidade. Desta forma, também é possível estimular investimentos na própria zona de produção contribuindo para o crescimento da economia local’, destaca.
O subsecretário de Desenvolvimento, Paulo Menegueli, que também participou da agenda destacou a importância da assinatura para o dinamismo regional. “A região Noroeste tem um grande potencial na área da extração e beneficiamento de rochas e a assinatura deste laudo é um reconhecimento por parte do Estado do Espírito Santo dessas características. Trata-se de uma medida que vai melhorar a comercialização desses produtos, valorizando a cadeia produtiva local, que terá melhores condições para se desenvolver”, comenta.
O presidente da Anpo, Mario Imbroisi, destacou o engajamento da Secretaria de Desenvolvimento (Sedes) para a concretização do projeto. “Com essa assinatura da Sedes, vamos gerar um protocolo junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial para a certificação. A criação desta identificação é uma demanda antiga da Anpo, e a Sedes foi muito eficiente em nosso atendimento. Estamos muitos satisfeitos com os resultados”, diz.
Atualmente a Anpo conta com 125 associados entre empresas extrativistas e de beneficiamento. Poderão utilizar o selo de identificação regional os produtores associados à Anpo nos municípios de Águia Branca, Água Doce do Norte, Alto Rio Novo, Baixo Guandu, Barra de São Francisco, Boa Esperança, Colatina, Ecoporanga, Governador Lindenberg, Mantenópolis, Marilândia, Nova Venécia, Pancas, São Domingos do Norte, São Gabriel da Palha, Vila Pavão e Vila Valério.
Saiba mais – As indicações geográficas são ferramentas coletivas de valorização de produtos tradicionais vinculados a determinados territórios. Elas agregam valor ao produto estabelecendo diferenciais competitivos frente aos concorrentes, além de favorecer a organização produtiva e crescimento turístico e cultural das regiões. (Weber Andrade com Secom/ES)
Setor é um dos pilares da
economia do Espírito Santo
O setor de mármore e granito é hoje um dos principais pilares da economia capixaba e fundamental para o desenvolvimento da região noroeste capixaba, que sempre teve uma base agropecuária. No ano passado, a cadeia do granito movimentou quase US$ 1,2 bilhões em exportações. “As exportações, ano passado fecharam com US$ 1 bilhão e 200 milhões de dólares, sendo que 80% é realizado aqui no Espírito Santo, quase 1 bilhão de dólares. É um setor muito forte, o setor de rochas está num momento muito bem, positivamente no mercado internacional, e essa movimentação basicamente sai do Espírito Santo”, disse o presidente reeleito do Sindirochas, Tales Machado.
Ainda segundo o Sindirochas, o estado é o 2º maior pólo industrial do mundo no setor, tem 50% da produção de todo o mercado nacional e responde por 65% das exportações brasileiras.
O Espírito Santo é ainda, o maior produtor, processador e exportador de granito do Brasil e mais da metade dessa produção está na região noroeste capixaba. São 1,5 milhão de toneladas de blocos e chapas exportadas; maior reserva de mármore do país; 130 mil empregos diretos e indiretos e 800 mil metros cúbicos de rochas extraídas anualmente.
A Rota do Mármore e do Granito atrai turistas e compradores internacionais para o Estado. Segundo a Lei Nº 9.928, publicada no Diário Oficial do Estado do Espírito Santo em 19/11/2012, foi conferido à Barra de São Francisco o título de Capital Estadual do Granito.
Em sua região noroeste são encontrados materiais únicos no mundo (Amarelos, verdes e pretos).Também no noroeste capixaba, estão concentradas as maiores jazidas de granitos da América Latina, ao todo são 21 municípios produtores, que respondem por mais de 50% da produção e exportações de rochas do Brasil. As Indicações Geográficas são conhecidas há muito tempo em países com grande tradição na produção de vinhos e produtos alimentícios, como França, Portugal e Itália. No Brasil, o termo indicações geográficas foi introduzido por ocasião da promulgação da Lei da Propriedade Industrial 9.279 de 14 de maio de 1996 –LPI/96. (Weber Andrade/Sindirochas)