O preço médio da gasolina nos postos de abastecimento de Barra de São Francisco caiu para R$ 4,038 esta semana. Depois de um final de ano sem mudanças nos preços, que ficaram estáveis em R$ 4,49 e R$ 4,48 nos seis postos da sede do município, a competição voltou e, logo no início deste mês o preço médio caiu para R$ 4,124, com o preço mínimo de R$ 4,08 e máximo de R$ 4,09 à vista.
Esta semana, pelo menos em três postos da cidade os valores estão em R$ 4,00. No posto Sombra da Tarde, saída para Ecoporanga, no bairro Irmãos Fernandes, o preço está em R$ 3,99. O mesmo valor está sendo praticado em pelo menos dois outros postos.
Nos demais postos da cidade o valor da gasolina está variando entre R$ 4,08 e R$ 4,09 para pagamentos em dinheiro, sendo que alguns postos vendem nesse preço também pelo cartão de débito.
De acordo com a Petrobras, a política de preços da empresa para a gasolina e o diesel vendidos às distribuidoras “tem como base o preço de paridade de importação, formado pelas cotações internacionais destes produtos mais os custos que importadores teriam, como transporte e taxas portuárias, por exemplo”.
Segundo a estatal, essa “paridade é necessária porque o mercado brasileiro de combustíveis é aberto à livre concorrência, dando às distribuidoras a alternativa de importar os produtos”.
A Petrobras informa ainda que “o preço considera uma margem que cobre os riscos (como volatilidade do câmbio e dos preços)”.
Desde de setembro, a gasolina sai da refinaria mais barata; já acumula queda de mais de 30%. Mas no caminho até a bomba, esse descontão acaba virando um descontinho. “É coisa mínima! Diferença quase nenhuma, nenhuma”, afirma um motorista. “Só tem desconto na refinaria, né? Na bomba, ainda não vi esse desconto não”, reclama outro.
O preço da gasolina na refinaria, segundo a Petrobras, corresponde a um terço do valor cobrado para o consumidor final. Durante o trajeto até a bomba, o combustível vai ficando mais caro.
A distribuidora compra a gasolina pura e acrescenta os custos do etanol que é misturado, dos impostos, do frete e o lucro. Essa gasolina é vendida para os postos, que também adicionam impostos e uma margem de lucro ao produto. Tudo isso entra no valor final que o motorista sempre paga quando vai abastecer. O que não dá para entender é: se as distribuidoras compraram uma gasolina mais barata das refinarias, onde foi parar esse desconto?
Os preços cobrados pelas distribuidoras e pelos postos são livres. Eles podem vender o combustível pelo valor que quiserem. Mas a ANP quer saber por que a gasolina não está chegando com a mesma redução de preço até as bombas. A agência já cobrou explicações das distribuidoras, que vão ter 15 dias para responder.
“Ou no distribuidor ou no posto de gasolina, é onde esse desconto se perde, justamente aonde o preço é livre”, explica Fernanda Delgado, pesquisadora da FGV Energia.
Segundo a ANP, a margem de lucro dos postos brasileiros com a venda de gasolina aumentou 36,1% desde que a Petrobras começou a reduzir o preço nas refinarias. E a parte que fica com os postos chegou na semana passada a R$ 0,58 por litro vendido.
A Federação Nacional do Comércio de Combustíveis afirmou que os postos só conseguem diminuir os preços quando as distribuidoras também reduzem e que são livres para repassar ou não a redução de preço, de acordo com seus custos. A Associação Nacional das Distribuidoras de Combustíveis não quis se manifestar. (Weber Andrade com informações da ANP)