A Polícia Civil do Espírito Santo prendeu cinco homens, nesta quinta-feira, 28, em mais uma etapa da Operação Luz na Infância, que apura crimes de abuso e exploração sexual contra crianças e adolescentes praticados na internet. De acordo com a polícia, entre os presos está um psicólogo.
Essa é a quarta fase da operação, que envolve 133 cidades e é coordenada pela Secretaria de Operações Integradas do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Mais de 1,5 mil policiais participaram das buscas no país.
São investigados crimes de armazenamento, compartilhamento e produção de pornografia infantil. Até por volta de 16h de ontem, 137 pessoas haviam sido presas em todo o país.
No Espírito Santo, 25 policiais da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) e da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC) prenderam cinco pessoas e cumpriram seis mandados de busca e apreensão na Grande Vitória.
“De todas as edições que nós participamos, essa foi a que alcançamos o resultado mais positivo com número de detidos. Os criminosos que cometem esse tipo de delito acham que porque estão em um local isolado estarão protegidos e que não serão descobertos. Porém, a Polícia Civil do Espírito Santo possui tecnologia e policiais treinados para identificar e prender esses suspeitos”, disse o delegado-geral, José Darcy Arruda.
Entre os detidos, está um psicólogo de 51 anos, preso em casa, no bairro Praia da Costa, em Vila Velha, pela equipe da DRCC.
“Chama atenção o fato de ele ser psicólogo, morar em uma área considerada nobre e, em tese, até poder atender crianças e adolescentes. Ele estava ali com pen drives, material de cunho pornográfico, no qual a gente verificou, inclusive, bebês. Foi dada voz de prisão e ele foi encaminhado para a delegacia”, disse o delegado Brenno Andrade.
Ainda segundo o delegado, o suspeito tentou negar os crimes, mas, para as polícias, as evidências são fortes. “Ele tentou justificar falando que baixava pornografia na internet e que tal conteúdo poderia ter vindo por engano junto. No entanto, em apenas um pen drive, havia aproximadamente 1,2 mil arquivos, sendo que a grande maioria deles eram com crianças e adolescentes”, disse.
Além dele, a equipe da DRCC também prendeu um auxiliar de serviços gerais, de 42 anos, em Guarapari e um autônomo, de 28 anos, em Cariacica.
Já a equipe da DPCA efetuou a prisão de dois suspeitos, sendo um encarregado de 32 anos, preso em Vila Velha; e um porteiro de 37 anos, detido em Cariacica.
“Nos dois casos, nós encontramos material pornográfico envolvendo crianças e adolescentes nos computadores deles. Os dois foram autuados em flagrante por causa desse armazenamento. Além disso, o porteiro já era investigado pela nossa unidade desde o ano passado por suspeita de abusar sexualmente de sua própria filha”, contou o titular da DPCA, delegado Diego Aleluia.
Os suspeitos foram autuados por adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia, vídeo ou outra forma de registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente. Em todos os casos, foram arbitradas fianças. “São casos graves, mas a lei permite esse tipo de fiança”, explicou o delegado Brenno Andrade.
As penas para os crimes investigados variam entre 1 e 8 anos de prisão. Quem armazena material de pornografia infantil tem pena de 1 a 4 anos de prisão. Para quem compartilha, a pena é de 3 a 6 anos de prisão. A punição aumenta para 4 a 8 anos de prisão para quem produz esse tipo de material.
O psicólogo de 51 anos; o autônomo, de 28 anos; e o encarregado de 32 anos, pagaram a fiança e responderão em liberdade. O porteiro de 37 anos, e o auxiliar de serviços gerais, de 42 anos, foram encaminhados ao Centro de Triagem de Viana. (Weber Andrade com G1 Espírito Santo e Agência Brasil)