Aline Garcia
Pensei muito em que escrever essa noite.
Se escreveria sobre as pessoas queridas que perdemos no ano que se foi, ou se falaria que iniciamos um novo ano cometendo os mesmos erros como se a pandemia estivesse acabado, ou se falaria um pouco da vacina, desejando muito que ela sirva no novo vírus que já sofreu mutação.
Mas decidi não ser pragmática.
E pensando em tantas coisas, lembrei-me da minha infância, ah, que saudade que me deu, e como eu queria que minha filha pudesse viver ao menos um pouco do que eu vivi.
Onde meu maior medo era ser pega pelo vizinho tocando a campainha e saindo correndo ou então ao descobrir que o carrinho de rolimã não tinha freio (e só descobria isso quando já estava descendo o morro, kkk).
Naquela época eu não me lembro de ter ouvido falar em internet, celular eu me lembro de ter visto um telefone e poucas casas tinham, e mesmo assim todas as crianças se encontravam e brincadeira era o que não faltava: pique-pega, chicotinho-queimado, pique-esconde, pular elástico, queimada e o final das brincadeiras era quando a gente ouvia a nossa mãe chamando o nosso nome no anoitecer, aí sabíamos que era hora de ir para casa com sujeira até a cabeça. Aí nessa hora era o perigo, após o banho o medo de toda a criança, ter que passar o temido merthiolate, naquela época esse remédio era mais dolorido que o próprio machucado (até hoje não entendi o motivo para doer tanto, rsrsr) e íamos dormir certos de que o dia seguinte seria outro dia cheio de coisas maravilhosas para fazer.
Ah! Que saudades eu tenho da minha infância…..