A malta – termo usado em Portugal para definir, grupo de amigos – vascaína continua cética e desesperançada após a saída do técnico Lisca do comando do time e a contratação do ex-treinador do São Paulo, Santos e Fluminense, Fernando Diniz, para tentar reconduzir o Vasco à Séria A do Brasileirão, feito que está ficando cada vez mais difícil diante dos resultados negativos dos últimos jogos.
Em Barra de São Francisco, um dos vascaínos mais aguerridos, o empresário Janildo Rocha, o Quarenta, se mostrou preocupado com o estilo do novo treinador, que chegou a ter relativo sucesso no São Paulo, mas acabou sucumbindo, também diante de resultados negativos.
“Se ele tentar fazer o time sair jogando, como sempre fez no São Paulo, vai ser um problema, pois nossa defesa não anda lá essas coisas, basta ver as falhas que levaram a derrotas em alguns jogos”, analisa.
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Diniz tem pouco tempo para implementar um estilo de jogo e é necessária uma sequência de vitórias e o relacionamento com os jogadores precisa dar certo. Esta é a avaliação do vascaíno Quarenta e de três comentaristas esportivos da Globo que analisaram a chegada de Fernando Diniz ao Vasco e os desafios do novo técnico para garantir o acesso à Série A.
Após ser anunciado como substituto do demissionário Lisca, Diniz chegará ao Rio no sábado, 11, dará o primeiro treino no domingo, 12, e estreará diante do CRB, quinta-feira, 16, no Rei Pelé. Serão quatro dias até o primeiro compromisso.
“(O Vasco) fez uma escolha com alta dose de risco. Isso não tem a ver com a capacidade do novo técnico. Acho que Diniz é capaz de fazer times atraentes, vistosos e que saibam ganhar jogos. Ele carrega rótulo injusto em certo aspecto. Ele é capaz de fazer times bons. E times bons tendem a ganhar mais do que perder. Agora, a questão é o perfil. Nenhum treinador do mundo consegue entregar resultado antes de um processo de construção e implementação de ideias”, destacou Carlos Eduardo Mansur.
O estilo de Diniz, que preza pela construção ofensiva iniciando pelo goleiro e zagueiros, necessita de elenco qualificado, na visão de Ledio Carmona. Para ele, o Vasco não oferece as melhores peças e será necessário adaptações:
“Ele terá de impor as ideias de jogo em um caldeirão fervendo, precisando se classificar e com elenco debilitado. Ele terá de se virar nos 30, buscar soluções imediatas. O Vasco precisa de uma série de vitórias, de cindo ou seis, para poder sonhar com alguma coisa. Ele talvez vá ter de adaptar o plano de jogo, que todo mundo conhece e requer tempo. É um baita desafio. Estimulado por isso, talvez tenha assumido a empreitada.”
Atual nono colocado, o Vasco está seis pontos atrás do G-4. Para mudar este cenário, o trabalho precisa de resultados imediatos. E isto só ocorrerá se houver boa relação. No São Paulo, Diniz teve encurtado o trabalho a partir da crise criada por ter chamado Tchê Tchê de “ingrato”, “perninha” e “mascaradinho”. O alto teor de cobrança do treinador gerou problemas no Santos e também no Fluminense.
“A semana passada foi muito pesada para ele com o depoimento do Tchê Tchê e com as observações que foram feitas no Santos sobre falar alto e grosso demais com Lucas Braga e Vinicius Balieiro, que aparentemente não gostaram do relacionamento. Então ele tem um pouco a resolver com ele mesmo”, disse Paulo Vinicius Coelho, o PVC.
Ainda de acordo com PVC, é possível subir sim desde que tenha uma arrancada. “Ao Vasco está faltando a arrancada que o Botafogo conseguiu com o Enderson. Se tiver uma arrancada de cinco vitórias seguidas, o time começa a acreditar. E ele vai precisar provavelmente de 10 vitórias nos 15 jogos que tem a fazer. Possível é porque o pelotão de cima da Série B perde ponto.” (Da Redação com ge)